quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Canavieiras, a Cidade dos Urubus

Urubus no Centro Histórico em Frente ao Porto - 
Foto de Regis Silbar

Pretos, grandes, algumas vezes de asas abertas recebendo o calor do sol, outras vezes em bandos disputando restos alimentícios. Eles bem que poderiam ser a ave símbolo de Canavieiras.

O urubu-de-cabeça-preta (coragyps atratus) é originário do continente americano e é bem adaptado ao ambiente de Canavieiras.

A sua presença é constante em nosso cotidiano, principalmente nas ruas e nos coqueiros onde ficam para se esquentar.

Ele é uma ave que deve ser preservada, pois é altamente despoluidora, limpando o ambiente de restos orgànicos em decomposição.

Canavieiras que é uma cidade limpa e muito bem cuidada, deve conscientizar a todos sobre a função ecológica do urubu, ave não muito bonita mas que presta um elevado serviço à comunidade.


Urubu em Palma de Coqueiro - Canavieiras-BA - 
Foto de Regis Silbar

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Altar da Imaculada Conceição na Igreja de São Boaventura em Canavieiras


"Eu Sou a Imaculada Conceição" da Igreja de São 
Boaventura em Canavieiras


"Eu Sou a Imaculada Conceição" (dizeres constantes na auréola) e permaneci durante muitos anos em frente a uma gruta no lado direito da Igreja de São Boaventura, padroeiro de Canavieiras, agora não estou mais.

Os fiéis, sempre muito devotos, pagavam a mim as suas promessas pelas graças alcançadas. Sempre haviam flores em meu altar e em dias de festa, haviam muito mais.

De repente, alguém, com o consentimento silencioso de todos, resolveu que eu não deveria mais permanecer onde sempre estive, mesmo sendo cultuada pela comunidade católica na qualidade de mãe de Jesus. Este alguém não está mais em Canavieiras, se foi, mas eu ainda não retornei ao meu lugar.


"Eu Sou a Imaculada Conceição" da Igreja de São
 Boaventura em Canavieiras

Canavieirenses, não devemos mais permitir que atitudes como estas voltem a se repetir. Devemos sempre discordar e tentar impedi-las, mesmo que as idéias partam de alguém que se julgue dono e responsável pela igreja, pois o não é, já que a Igreja de São Boaventura é de toda a nossa comunidade.

De toda a comunidade sim, pois mesmo quem não é católico deve zelar pelo patrimônio cultural, histórico e material de nossa cidade.

Aquela imagem, sempre presente na igreja, foi vista por nossos bisavós, avós, pais e por nós mesmos, mas não será vista mais na gruta original por nossos filhos, a menos que ela retorne ao seu lugar.

Não sabemos de quem foi a idéia, mas com certeza teve a aprovação do padre que ficou momentaneamente responsável pela paróquia e, com certeza ele não levou ao conhecimento dos fieis a sua intenção de colocar a imagem da Imaculada Conceição em uma gruta estilizada que nada lembra a beleza da gruta original. Com certeza a Imaculada Conceição não está satisfeita com a sua nova morada, pois mais parece uma quitinete e não um lugar digno para a mãe de Deus.

Ela pensa: Eu quero voltar ao meu lugar.


"Eu Sou a Imaculada Conceição" Despejada de Minha Morada Original na Igreja de São Boaventura em Canavieiras e Quero
 Voltar à Minha Antiga Morada - Foto de Regis Silbar



sábado, 13 de novembro de 2010

Destruição das Vegetações das Praias de Canavieiras

Ipomoea Pes-Caprae Nativa das Praias de 
Canavieiras - Foto de Regis Silbar


Quem chega às praias, em Canavieiras, passando pela ponte que liga a Ilha de Canavieiras à Ilha de Atalaia, passa por um caminho onde há um grande monumento representando um caranguejo dando boas vindas aos visitantes, no qual falta a pata dianteira. Não sei se essa ausência se deveu à falta de manutenção ou ao vandalismo. Mas isto não importa, pois o que importa mesmo são os fatos narrados a seguir:

As praias de Canavieiras têm uma grande biodiversidade, mas o município não tem cuidado pela sua preservação. Aliás, muito pelo contrário: as suas autoridades têm incentivado a sua destruição, permitindo que as vegetações das praias sejam completamente destruídas e dizimadas por comerciantes que instalam construções de tijolos em frente à praia, às quais os governantes chamam equivocadamente de quiosques.

Em lugares civilizados, estes tipos de construções não seriam permitidos, pois além de se apossarem de um espaço público, esses comerciantes, "limpam o terreno", isto é, destroem a vegetação na maior "cara-de-pau", sem que haja um poder público vigilante e eficaz que impeça tal destruição.

Ipomoea Imperati Nativa das Praias de Canavieiras
 - Foto de Regis Silbar


Não podemos pensar que tais autoridades de plantão não saibam de tais ocorrências, pois Canavieiras é uma cidade pequena, onde todos vêem tudo em todos os lugares. Assim, podemos deduzir, que há uma conivência com a destruição da fauna e da flora para o bem de poucos e para o mal de toda a sociedade canavierense.

Em frente aos ditos "quiosques", que são construções  favelizadas, que tanto enfeiam a praia, há uma ausência quase total de vegetação nativa, pois os seus "proprietários", capinam o terreno para demonstrar que são civilizados e, no entanto, os turistas os acham destruidores da natureza.

No Rio de Janeiro, as vegetações das praias forem replantadas nos lugares onde elas estavam ausentes e, por medida de segurança, cercadas com arame não farpado, para impedir a passagem de pessoas não conscientes com a natureza. É claro, foram deixados muitos caminhos para que as pessoas se deslocassem até a praia, harmonizando, desta forma, a natureza com o bem estar dos banhistas.

Em Salvador-BA, Cabo Frio-RJ, FlorianópolisSC e muitos outros lugares do Brasil, essas construções foram demolidas com o apoio da justiça e da população, pois os únicos beneficiários eram os invasores que auferiam ganhos financeiros danificando a natureza.

Também, há de se notar que há, na área de preservação, muitas construções residenciais que foram erguidas ilegalmente, pois se há alguma autorização dada por alguém, esta autorização também é ilegal, pois não está de acordo com a legislação.

Guapira Opposita - Maria Mole - Nativa das Praias
 de Canavieiras- Foto de Regis Silbar


Canavieiras está começando agora a urbanização de sua costa marítima e, se não tomar cuidado, vai virar uma Santa Cruz Cabrália da vida, onde a desordem impera na Coroa Vermelha, antigo ponto turístico, hoje favelizado.


A sociedade de Canavieiras não deve ficar calada e se omitir diante de tais irregularidades cometidas por pessoas que se dizem donas da praia, pois elas chegam até a cercar o espaço como se donas fossem. As autoridades, inclusive o prefeito, não toma nenhuma iniciativa para combater tais atitudes, se omitindo e se tornando  cúmplices da situação, seja por omissão ou consentimento.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Rodolfo Lindemann, o Mestre da Fotografia

Foto de Rodolfo Lindemann

Rodolfo Lindemann foi um fotógrafo de nacionalidade alemã, que atuou na Bahia nas últimas décadas do século XIX e nas décadas iniciais do século XX. Ele, durante um tempo, atuou em conjunto com Guilherme Gaensly, também alemão, com o qual se associou em meados da década de 1870.

Seus trabalhos são muito valiosos, tanto histórico com monetariamente, pois retratam uma época pouco documentada fotograficamente no Brasil.

Ele fotografou Salvador e cidades do interior da Bahia, bem como edifícios e igrejas, não deixando, entretanto, de fotografar pessoas e tipos típicos da época. 

Ele autenticava as suas fotografias através de máquina de auto-relevo, onde constava a palavra Lindemann, em letras convencionais (L maiúsculo e demais letras em minúsculo), com um traço embaixo e a direita a palavra Bahia em maiúsculas.

Quem tiver, em casa, uma fotografia com estas características, não deve, em nenhuma hípótese, se desfazer dela, mas sim, fazer uma doação a uma instituição que a conserve para a posteridade.

Foto de Rodolfo Lindemann



Veja também: http://ilhadecanavieiras.blogspot.com/2010/11/teophilo-mourranhy-o-fotografo-de.html

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Teophilo Mourranhy, o Fotógrafo de Canavieiras



Logotipo de Teophilo Mourranhy, o Fotógrafo de
 Canavieiras

Quem, em Canavieiras, não tem, entre os seus pertences, uma fotografia antiga com as iniciais TM sobrepostas? Pois saibam que estas letras são as iniciais do nome Teophilo Mourranhy, o principal fotógrafo  de Canavieiras, cidade ao sul do Estado da Bahia, no período que inclui a primeira metade e o início da segunda metade do século XX. 

Ele, Teophilo Mourranhy documentou quase tudo o que aconteceu  de importante neste período, na cidade de Canavieiras e, por este motivo, ele é o principal e o mais importante fotógrafo da cidade, tendo sido, também, o principal documentarista da cidade, deixando, para a posteridade, o período de ouro do ciclo do cacau, que tanto enriqueceu a cidade.

Foto de Teophilo Mourranhy, o Fotógrafo de 
Canavieiras

Ele trabalhou documentando os fatos sociais, tais como casamentos, batizados, reuniões sociais e outros acontecimentos mais que fizeram parte da vida da cidade. Os fatos cotidianos e corriqueiros da vida da cidade também foram alvo de suas lentes.

Ele também documentou e deixou para a posteridade os prédios, as paisagens, os primeiros pousos de aviões e os navios que atracavam no porto da cidade. Sem ele pouco da vida e do burburinho da cidade chegaria até nós.


Foto de Teophilo Mourranhy, o Fotógrafo de Canavieiras


O volume de sua obra foi muito grande, por ter trabalhado por um longo período, contudo a sua obra nunca foi catalogada, principalmente à parte que se refere à própria cidade, ou seja, os seus prédios, as suas paisagens e os acontecimentos públicos.

O acabamento final de seus trabalhos sempre foi muito primoroso, mostrando, nos mínimos detalhes tudo o que deveria ser mostrado, mesmo não tendo os recursos disponíveis para uma boa finalização, provando assim, a sua capacidade artística para a fotografia.


Foto de Teophilo Mourranhy, o Fotógrafo de 
Canavieiras

Graças ao fotógrafo e documentarista Teophilo Mourranhy, a memória de Canavieiras ficou preservada para a posteridade e as gerações presentes e futuras poderão  tomar conhecimento de como era a cidade e a sua vida cotidiana em grande parte do século XX.

Se você tiver alguma fotografia com as iniciais TM e não a quiser mais, não a jogue no lixo, pois se assim fizer, Canavieiras estará perdendo uma grande parte de sua história e, história perdida é história não contada, é história que não existe. 


Foto de Teophilo Mourranhy, 
o Fotógrafo de Canavieiras

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Vidraças Coloridas de Canavieiras


Igreja Presbiteriana de Canavieiras - 
Foto de Regis Silbar

Qualquer turista que visite Canavieiras, notará logo uma peculiaridade pouco comum em outras cidades, mas aqui muito corriqueiro, que são as vidraças coloridas.

Elas são azuis, vermelhas, verdes, amarelas, laranjas, roxas e de muitas outras cores e com as mais diversas tonalidades. Essa profusão de cores deixa a cidade alegre e com um visual que nos remete a algum lugar do passado.

Tanto a Igreja de São Boaventura como também a Igreja Presbiteriana conservam esta característica. Já na Prefeitura, prédio histórico, podemos ver que só as bandeiras (parte fixa superior envidraçada) ainda continuam coloridas. Também nas residências este costume se manteve durante muito tempo e, assim, há uma generalização de vidraças coloridas por toda Canavieiras, principalmente na parte mais antiga.

Casa com Vidraças Coloridas em Canavieiras
 - Foto de Regis Silbar





















Não podemos deixar que esta tradição termine, pois é uma das "marcas registradas" de nossa cidade. A câmara dos vereadores deveria tomar uma iniciativa e tombar as vidraças coloridas como um bem cultural de Canavieiras. A população, com toda certeza, apoiaria tal iniciativa.

Tudo pela conservação do Patrimônio Histórico e Turístico de Canavieiras que, num futuro muito próximo, se transformará, assim como Porto Seguro, em um novo Pólo Turístico do sul da Bahia.


Casa com Vidraças Coloridas em Canavieras - 
Foto de Regis Silbar