segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A Avenida Canavieiras em Ilhéus Através dos Tempos





Avenida Canavieiras - Ilhéus-BA - Ainda
 em seus Primeiros Tempos de Existência 



A Avenida Canavieiras, uma das principais vias da cidade de Ilhéus, tem muita história para contar: de uma rua simples e singela, tornou-se uma rua importante e algum tempo depois entrou em decadência, tornando-se um lugar não muito seguro para quem nela passa.

O seu aspecto atual não é nada agradável, basta chuver um pouco  e toda a rua se transforma em um grande rio que vai deitando lama em toda a sua extensão. Todo o seu casario está em franca decadência, nada lembrando o belo passado que já teve.

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Avenida Canavieiras - Ilhéfus-BA - em 1955 - 
uma Rua Moderna e Desenvolvida


A Avenida Canavieiras, em Ilhéus, também já teve os seus dias de glória, principalmente na década de cinquenta do século passado, quando a avenida tornou-se uma das principais vias da cidade, recebendo construções modernas e elegantes.

Sendo, talvez, a primeira via a ser asfaltada no Estado da Bahia, recebeu, festivamente, para jogar em seu leito a primeira pá de asfalto, o presidente Jânio Quadros, que acompanhado de grande comitiva, tornou a solenidade um ato para a posteridade.  


O Presidente  da  República  Jânio  Quadros, com a 
Primeira Pá de Asfalto na Mão para a Pavimentação
 da Avenida Canavieiras em Ilhéus


A Avenida Canavieiras, em Ilhéus, é uma homenagem à cidade de Canavieiras, localizada no sul da Bahia e outrora uma grande produtora de cacau e diamantes e hoje, sobrevivendo apenas à base de bolsa família e da atividade pesqueira. 

Também a cidade - de Canavieiras - procura viver do turismo, mas com os preços cobrados pelas pousadas e hotéis da cidade, fora de qualquer realidade econômica, os turistas preferem ir para Porto Seguro, onde os preços cobrados pelas pousadas e hotéis são menos da metade do preço cobrado em Canavieiras.



Avenida Canavieiras, Esquina com a Rua da 
Linha em Dia de Alagamento  -  Ilhéus-BA -
 Foto www.pimenta.blog.br




terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A Cesta - O Monumento Mais Representativo de Canavieiras





Praça da Cesta - Data Provável da Foto Anos 40
 - Canavieiras-BA - Foto de Teophilo Mourranhy



No Cais do Porto, em uma praça frontal ao Rio Pardo, no Centro Histórico, ergue-se o monumento mais representativo e icônico de Canavieiras, que por sua beleza e simplicidade encanta a todos dando um toque especial à praça onde se encontra.

Não é um prédio histórico, nem uma igreja, nem um monumento erguido em louvor a algum político aproveitador que enganou o povo da região. É apenas um coreto em forma de cesta, erguido logo nos primeiros anos do século XX, destruído por um prefeito que sofria levemente das faculdades mentais e reconstruído, levando-se em conta os aspectos originais,  quando da recuperação do Centro Histórico da cidade.


Praça da Cesta - Canavieiras-BA

Este pequeno monumento - um coreto, já participou de quase todos os bons momentos da vida cívica, social e política da cidade, recebendo inclusive, um candidato vencedor à presidência da república, o nosso amado Juscelino Kubitschek.

Em sua volta já tocaram todas as filarmônicas de Canavieiras, desde a 2 de Janeiro, passando pela Lyra do Commércio até a extinta Medéia, animando e divertindo quem lá se encontrasse, seja quem fosse, rico ou pobre, pois sendo uma cidade pequena, todos se reuniam em um só lugar, mesmo porque não tinham outras opções.

Praça da Cesta - Canavieiras-BA


O atual coreto em forma de cesta, mesmo sendo uma cópia, deve ser preservado para a posteridade como forma de passar para as gerações futuras como era o ambiente de uma rica cidade pequena do interior da Bahia.



Praça da Cesta - 1920 - Canavieiras-BA - Foto
de Teophilo Mourranhy





quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Canavieiras: Da Riqueza Opulenta à Pobreza Indolente e os Seus Belos Monumentos do Passado






Casarão Decadente no Centro Histórico de 
Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar


Canavieiras, cidade banhada pelos rios Pardo e Cipó e pelo Oceano Atlântico, já foi, no passado, uma rica cidade, onde a ostentação dos poderosos se traduzia nas construções de belos e suntuosos casarões, com a arquitetura típica dos tempos áureos do cacau, cheios de detalhes e enfeites em suas fachadas, tão harmoniosamente belas que até hoje causam surpresa e admiração aos que visitam a cidade.

Nesta época, os ricos coronéis do cacau não se importavam em conter gastos quando se tratava da construção de suas residências, que deveriam ser, sempre, mais bonitas e elegantes do que as residências dos outros coronéis do cacau.

A cidade, então, em seu centro histórico, era a celebração da ostentação pela ostentação e, em decorrência, pontilhavam casarões, arquitetonicamente belos, enfeitando a cidade e dando prestígio aos seus ilustres ocupantes.

Casarão em Ruínas no Centro Histórico de
 Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar

Nesta época, compreendida entre meados do século XIX e um pouco depois da metade do século XX, a cidade de Canavieiras sustentava, com a sua riqueza, todo Estado da Bahia, com os fundos proveniente da cultura do cacau e da lavra de diamantes nos cascalhos do Rio Salobro.

O tempo passou, os diamantes foram embora, deixando apenas os cascalhos submersos nas águas do rio, que rolam, vagarosamente, em direção ao mar, onde um dia chegarão e virarão grãos de areia que farão parte da paisagem e ficarão molhados para sempre pelas águas do mar.

O tempo passou também para o cacau, com as suas lavouras dizimadas pela praga conhecida como vassoura-de-bruxa, uma espécie de fungo mortífero para o cacaueiro e mortífero também para a economia da cidade, que quase sucumbiu, deixando muito desemprego e espalhando a pobreza em uma terra que já foi rica, favorecida pelos frutos dourados do cacau.

Casarão na Rua dos Artistas em Canavieiras-BA
 - Foto de Regis Silbar


Talvez, se tudo der certo com o novo cacau desenvolvido cientificamente para resistir à vassoura-de-bruxa, a economia da cidade, baseada na lavoura deste fruto dos deuses, volte a se desenvolver, mas nada será mais como antes, pois a produção deste fruto se deslocou para as florestas da África Ocidental, onde provavelmente, algumas lavouras poderão sofrer contaminação pelo vírus do ebola e disseminar a doença no mundo ocidental, grande consumidor de chocolate, que será feito com frutos contaminados por fluídos corporais durante o processo de colheita e secagem.

Hoje a população da cidade vive quase exclusivamente da Bolsa Família, programa desenvolvido pelo governo que preferiu não dar prioridade à educação e sim ao clientelismo, distribuindo migalhas a uma população que prefere não trabalhar para não perder a Bolsa Indolência. E só olhar as filas nas Casa Lotéricas, com pessoas aptas para o trabalho que dão preferência à indolência  ao invés de laboriar.

Mas, enfim, mesmo pobre, a cidade ainda conserva a bela arquitetura do passado, que um dia poderá gerar uma nova riqueza, desta vez proporcionada pelo turismo que está se desenvolvendo lentamente na cidade, que já foi chamada de "Princesinha do Sul".   

Casarão Decadente com Cobertura Ofuscando a 
sua Beleza - Centro Histórico de Canavieiras - 
Foto de Regis Silbar