Os estivadores de Canavieiras não tinham descanso, era trabalho árduo o ano inteiro. Quando estava na safra de cacau o trabalho era em dobro, já que tinham que embarcar os sacos de sessenta quilos da preciosa semente, como também desembarcar as mais variadas mercadorias que chegavam para a cidade, já que quase tudo o que a cidade consumia vinha de outras regiões do Brasil ou então da Europa.
O Cais do Porto era o lugar mais movimentado e importante da cidade e tudo era ali centralizado. E os estivadores davam um ar mais febril à movimentada região, quando embarcavam o cacau nos navios, em fila indiana, com os sacos de sessenta quilos sobre às suas cabeças, em direção aos porões das embarcações.
É claro que existia o Sindicato dos Estivadores no início da Rua da Jaqueira, onde eles se reuniam para discutir e tomar decisões sobre os assuntos que lhes interessavam e, além disto, o lugar era um dos centros mais festeiros da cidade.
O trabalho era cansativo, mas era compensador em termos financeiros, já que não haviam muitas opções na cidade e trabalho nunca faltava.
Canavieiras, na época, era um dos portos mais movimentados da Bahia e embarcações chegavam a todo o momento e ancoravam às margens do Rio Pardo, onde os passageiros e mercadorias eram desembarcados e, era nestas ocasiões que os estivadores entravam em cena, exercendo a sua profissão e beneficiando a cidade com o seu trabalho.
O tempo passou, Canavieiras deixou de receber navios, a estiva deixou de existir e a profissão foi extinta. Ficou a saudade daqueles tempos em que Canavieiras tinha um porto e recebia navios de todo o Brasil e até da Europa e o seu comércio era ao redor do Cais do Porto que era o local mais vibrante da cidade.
Show!!!!
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