Em meados do século passado, no Brasil, ainda eram poucos os lugares onde os cafés eram vendidos empacotados com uma marca comercial. Nas grandes capitais o costume era o café ser torrado e moído na hora em máquinas onde a parte superior era de vidro e os gãos de café ficavam à mostra. Eram grãos bonitos e selecionados e como cheiravam.
Os cafés eram entregues nos estabelecimentos em grandes sacos grossos e reforçados de papel que eram costurados com barbantes em ambas as extremidades. Depois de abertos os grãos eram colocados na máquina de moagem e os que sobravam poderiam ser guardados em recepientes de vidros que ficavam expostos à curiosidade dos fregueses.
Em Canavieiras não poderia ser diferente. Os cafés selecionados chegavam à cidade a bordo dos navios que atracavam no Porto do Rio Pardo e daí, em distribuídos para as poucas casas que vendiam o produto na cidade.
Quem quisesse tomar uma chícara de café teria que aguardar a torrefação e moagem dos grãos, que era feito em poucos minutos e comprar o café com o pó ainda quentinho e levá-lo para casa para passar no coador.
Com certeza o café não era misturado com nada como hoje em dia que, até grãos de milho e cevda são misturados ao café para aumentar o lucro dos gananciosos empacotadores.