sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Assembleia de Deus de Canavieiras, a Primeira do Estado da Bahia


Igreja da Assembleia de Deus em Canavieiras-BA
 - Foto de Regis Silbar


As primeiras atividades da Igreja Assembleia de Deus no Estado da Bahia foram na cidade de Canavieiras, quando, em 1927, o pastor João Pedro celebrou a primeira cerimônia de batismo nas águas. Era o início da implantação do novo credo que, através da evangelização rendeu bons frutos e se desenvolveu sendo uma das religiões que mais possui adeptos na cidade.

A pregação inicial da mensagem pentecostal se deu através de Joaquina de Souza Carvalho, então moradora recente na cidade, que divulgou a palavra a respeito da salvação, palavra essa que aglutinou, pela fé, muitas pessoas que desejavam estar com Jesus no coração.

Daniel Berg
Gunnar Vingren














No entanto, para que isso acontecesse, foi necessário que dois pregadores suecos, Daniel Berg e Gunnar 
Vingren, empreendessem uma viagem até Belém do Pará, partindo da cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, à bordo do navio Clement, cumprindo a mensagem profética do Senhor. Foi desta cidade do Pará que a Assembleia de Deus se irradiou por todo o Brasil.

Hoje, a Igreja Assembleia de Deus está localizada em um novo prédio, na Avenida Barão do Rio Branco, entre a Avenida Ilhéus e a antiga Rua dos Artistas, hoje Avenida Doutor Otávio Mangabeira, fora do Centro Histórico da cidade.

Quando falamos que a Igreja Assembleia de Deus de Canavieiras foi a Primeira do Estado da Bahia, não estamos nos referindo ao prédio em si, pois o atual é muito recente e ficou no lugar de uma construção mais simples que existia no mesmo endereço, mas que também não era a igreja original. Estamos falando da entidade em si, do patrimônio espiritual e religioso, da congregação de pessoas, que são o centro e a cerne da fé espiritual.

Devemos ficar, nós canavieirenses, muito orgulhosos, independente de nossa fé, por ter sido Canavieiras a cidade que abrigou e constituiu o primeiro núcleo da Assembleia de Deus em todo o Estado da Bahia.


O Navio  Clement  no Qual  Viajaram  de Nova 
Iorque até Belém do Pará Daniel Berg e Gunnar
 Vingren 




  

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Casarões Antigos do Tempo dos Coronéis do Cacau em Canavieiras

Casarão Antigo em Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar


Espalhados por quase todas as ruas do Centro Histórico de Canavieiras, inúmeros casarões ainda resistem ao tempo, alguns muito bem conservados, outros não, mas todos com uma personalidade própria que embeleza a cidade e a transforma num museu a céu aberto, retratando o tempo da riqueza oriunda do cultivo do "Theobroma cacao", o nosso singelo cacau.


Casarão Antigo em Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar
]





Casarão Antigo em Canavieiras-BA - Foto de Regis Silvar


Até meados do século passado, a riqueza se transformava em construções suntuosas, onde os coronéis do cacau ostentavam e disputavam entre si, a primazia de residir nos mais bonitos casarões que ornamentavam as largas ruas da cidade.


Casarão Antigo em Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar

Casarão Antigo em Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar


Hoje, este tempo é apenas uma lembrança do passado, pois o cacau quase nada mais representa, em termos econômicos, para a cidade. Mas, os casarões antigos ainda continuam de pé, aguardando o tempo passar, para que as futuras gerações possam admirar o que restou de um passado que colocou Canavieiras entre as cidades mais ricas e importantes da Bahia. 

 
Casarão Antigo em Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar


Casarão Antigo em Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar





sábado, 22 de outubro de 2011

A Porta Lateral da Igreja de São Boaventura em Canavieiras

A Porta da Igreja de São Boaventura
 Emparedada  por  Ordem  de Algum
 Sacerdote  que  Passou  pela Igreja  - 
Foto de Regis Silbar


A Igreja de São Boaventura, em Canavieiras, é uma das igrejas mais bonitas e diferenciadas de todo o sul da Bahia, pois além de ter duas torres frontais, uma menor e a outra maior, de desenhos completamente diferentes, ela ainda possui duas cruzes, uma em cada torre, ao invés de somente uma na torre mais alta, como é comum em todas as demais igrejas. Além disto, ela possui uma cúpula frontal, no lado oposto à torre mais alta, que a embeleza e ainda a torna mais diferente, já que, além de raro, é incomum uma igreja em estilo gótico ostentar uma cúpula. Mais raro ainda é ser uma cúpula frontal.

Os arquitetos que a idealizaram tiveram a genialidade de, em uma igreja pequena, colocar uma mistura de estilos que, ao invés de deixá-la de mau gosto, a tornou um ícone para a cidade, sendo, sem dúvida, o monumento mais fotografado de Canavieiras, desde o tempo em que foi construída. A Igreja de São Boaventura é um orgulho de todos os canavieirenses, não importando a religião que exerçam.



A  Porta  Emparedada  da  Igreja  de  São  Boaventura,  em 
Canavieiras, Vista  de Outro Ângulo - Foto de Regis Silbar


É claro que, para idealizar uma Igreja como a Igreja de São Boaventura, é necessário um grande estudo e uma longa programação, com diversos esquemas e cálculos matemáticos, já que ela é uma igreja peculiar, de uma arquitetura não muito usual. Por isto, não foi possível, apenas copiar a planta de uma outra igreja, mas sim fazer um estudo muito mais avançado, partindo de um ponto inicial, já que ela não foi cópia de nenhuma outra construção.   

Então, muitos e muitos anos depois, apareceu alguém não comprometido com a história da igreja e da cidade e empreende uma reforma que, entre outras coisas, contempla a igreja com o emparedamento de sua principal porta lateral, que dá para o exterior da igreja, comprometendo, não de maneira irreversível, pois ainda pode ser revertida, o seu aspecto visual e o seu estilo arquitetônico original, que são uma riqueza cultural de Canavieiras e que deveria ter sido preservada para que as gerações futuras conhecessem todos os aspectos originais de uma construção que encanta gerações.

Igreja de São Boaventura, em Canavieiras, com Outra
 Visão  da Porta que Sofreu Emparedamento - Foto de
 Regis Silbar

Ora, muita gente diz que a igreja é uma construção nova e que, por este motivo, não pode ser tombada pelo Patrimônio Histórico. Mas nada disto é verdade porque Brasília é muito mais nova, e a cidade, incluindo a sua catedral, é tombada.  Brasília é Patrimônio Nacional e Mundial, tombada pela UNESCO.

A Igreja de São Boaventura é muito importante para a cidade de Canavieiras, não importa a idade que ela tenha, pois a sua monumental arquitetura e beleza plástica a qualifica para o tombamento. A cidade não deve e não pode esperar que órgãos federais ou estaduais a tombem. Ela mesma tem que tomar a iniciativa e, por meio de seus representantes legais, prefeito ou vereadores, iniciar e determinar o tombamento da igreja, pois só assim, e com vigilância de todos, impedirá que a igreja sofra remodelações que vandalizem o seu aspecto original. 



A Igreja de São Boaventura, com a Porta Emparedada,
 Ainda  Não  Pintada, Vista Por Outro Ângulo - Foto de 
Regis Silbar





segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Hospital Regional Regis Pacheco - Canavieiras-BA

Hospital Regional Regis Pacheco no Início da
 Segunda Metade do Século Passado - Foto de
 Arquivo


O Hospital Regional Regis Pacheco, o único Hospital de Canavieiras, foi inaugurado em uma terça-feira, dia 3 de fevereiro de 1952. Portanto, já tem mais de meio século de existência servindo ao povo de Canavieiras.  Quem tem um pouco mais de dinheiro, se desloca até Ilhéus ou Itabuna, centros mais adiantados, mas quem não tem, fica por aqui mesmo e se conforma com o atendimento que lhe é dado.

No dia da inauguração houve o comparecimento das filarmônicas Lyra do Commércio e Dois de Janeiro, muitas autoridades e o povo em geral, dando ares de festa ao acontecimento que, inclusive, contou com a decretação de feriado municipal. 


Hospital Regional Regis Pacheco no Início da 
Década de 1990 


Qualquer turista que visita uma cidade, sempre procura saber onde se socorrer em caso de necessidade e, em Canavieiras, este lugar é o Hospital Regional Regis Pacheco.

Ele fica perto do Aeroporto e da Capelinha e todos na cidade sabem onde ele fica. Se você for visitar Canavieiras e, por acaso, precisar de atendimento hospitalar, pergunte a qualquer canavieirense e todos lhe informarão a localização do hospital. 



Hospital Regional Regis Pacheco no Ano 
de 2011 - Foto de Regis Silbar



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O Centro Histórico de Canavieiras

Sítio Histório de Canavieiras - Foto de Regis Silbar


Canavieiras é uma cidade antiga, com um dos mais bonitos e mais bem conservados sítios históricos da região sul da Bahia, talvez, mais importante ainda, do que o de Ilhéus, que já foi belo, mas hoje está totalmente desfigurado pelo descaso que sofreu, motivado pela ausência de bons administradores municipais.

Contudo, a preservação dos prédios do Centro Histórico de Canavieiras não se deveu à boa administração, mas sim ao isolamento da cidade, durante um bom período, com o resto do Brasil, que a fez ficar parada no tempo e conservar toda a sua bela arquitetura do período clássico do cacau.

Todos os idealizadores, financiadores e construtores dos prédios do Sítio Histórico de Canavieiras, bem como os planejadores das suas belas ruas e praças já não estão mais entre nós, todos já foram para um outro plano, no entanto, a denominação Sítio Histórico foi dada em homenagem a um político bem vivinho, que ainda respira o ar de nossa atmosfera que, em Canavieiras, ainda é sem poluição.

Mas esta homenagem é um acinte às nossas leis, à moralidade e aos bons costumes, já que fere a Constituição do Estado da Bahia, no seu art. 21, seção III e também a Lei Federal 6.454, de 24-10-1997, em seu artigo 1º. Ambas vedam o uso do nome de pessoas vivas para a denominação de ruas, praças, mobiliários e logradouros públicos de qualquer natureza.


Sítio Histórico de Canavieiras - Foto de Regis Silbar


Não queremos que o político, que teve o seu nome dado ao Sítio Histórico, morra para que a lei seja cumprida, porque não desejamos que a aplicação da lei seja feita às custas da vida de alguém. Assim, a única alternativa que resta, é o cumprimento da lei, mudando, oficialmente, o nome do Sítio Histórico, para Sítio Histórico de Canavieiras ou Sítio Histórico do Porto Grande ou outro nome qualquer que não esteja em desacordo com as nossas leis. É bom que se evite o nome de pessoas, já que o Sítio Histórico é um só e muitas pessoas mereceriam a honra.

Todos nós sabemos que é contra a lei e a boa ética, a nomeação de bens públicos com o nome de pessoas vivas, e que, além de ser contra a ética, é falta de compostura a nomeação de bens públicos com o nome de políticos, principalmente quando eles ainda estão bem vivos e aptos para concorrer a novas eleições.

O prefeito deveria tomar a iniciativa para que a lei fosse cumprida, sem esperar que haja uma determinação superior para o seu cumprimento, porque prefeito que não cumpre a lei é prefeito apático e sem iniciativa, principalmente quando a lei a ser cumprida é a lei maior do estado, a sua Constituição.

Um bom motivo para que o nome dado ao Sítio Histórico de Canavieiras continue sem mudança é a ingenuidade ou talvez a o despreparo dos administradores municipais para conduzir as coisas públicas, pois o povo sabe que, se eles fizeram alguma coisa é porque alguma coisa teria que ser feita e foi feita com o dinheiro público, recolhido através de impostos. Ninguém deve receber homenagens pelo simples fato de ter cumprido as suas obrigações.

Em casos semelhantes, o Ministério Público da própria cidade, ou na sua falta, a entidade que o possa representar, toma a iniciativa para o cumprimento da lei, solicitando, em juízo, que as autoridades infratores sejam notificadas. Mas isto tudo pode ser evitado com uma simples portaria do prefeito.


Sítio Histórico de Canavieiras - Foto de Regis Silbar




segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Duas Belas Árvores no Caminho para o Povoado de Atalaia, em Canavieiras

Caesalpinia Pulcherrima  na Estrada para o 
Povoado de Atalaia em Canavieiras  -  Foto 
de Regis Silbar


Há algumas centenas de metros do início da estradinha de barro que leva ao povoado de Atalaia, há dois belos arbustos com flores predominantemente vermelhas e com algumas bordas amarelas. Tanto os arbustos como as flores são dignos de admiração, pois além de serem muito bonitos, fazem também parte da flora medicinal, servindo as suas sementes para curar tosse, dificuldade respiratória e dor torácica. O suco das folhas serve para curar a febre e o suco das flores serve para sarar as feridas.

O seu nome científico é "Caesalpinia Pulcherrima", mas também é conhecida popularmente como Flor-do-Pavão, Pássaro-Vermelho-do-Paraíso, Orgulho de Barbados, Flamboyan-de-Jardim, Flamboyanzinho e Flamboyan-Mirim. 

Ela é nativa da América Central mas está disseminada em diversas regiões devido à sua beleza. Ela pode medir entre três e quatro metros de altura, tem a copa arredondada e a sua floração é entre os meses de setembro e abril . O seu fruto é do tipo legume e a época da frutificação é entre os meses de maio e junho.

Ela é muito usada para arborização urbana, pois além do seu tamanho e beleza a sua raiz é do tipo pivotante, não danificando, portanto, o calçamento das ruas.

A prefeitura de Canavieiras, sábia como ela é, deveria recolher as vargens daquelas duas árvores, fazer mudas e plantar pelas ruas da cidade. Garanto que Canavieiras ficaria muito mais bonita. A ideia é válida e deve ser posta em prática.

Caesalpinia Pulcherrima na Estrada para o 
Povoado de Atalaia em Canavieiras - Foto
 de Regis Silbar




segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Os Canteiros Centrais das Ruas de Canavieiras

Birosca em Canteiro Central de Rua de Canavieiras
- Foto de Regis Silbar


A cidade é muito bonita, tudo nela nos remete ao passado, um passado cheio de fausto e riqueza, tudo devido ao  dinheiro farto do tempo áureo do cacau. Hoje, a cidade, por falta de uma administração bem intencionada, está se vandalizando, destruindo a sua própria paisagem, sem que ninguém impeça tal destruição.

Prefeito, vereadores, Ministério Público, todos que deveriam, de alguma forma, tentar impedir que a cidade se transforme em uma bagunça, nada fazem. Os eleitos prometem tudo antes de se elegerem, depois de eleitos, nada fazem pela cidade. Os que não são eleitos, mas que também deveriam zelar pela cidade, por comodidade, também, nada fazem. É um círculo vicioso, nada fazem por incompetência ou comodidade e quem sofre são os habitantes da cidade.


Birosca em Canteiro Central de Rua de Canavieiras
 - Foto de Regis Silbar


Um dos casos mais aberrantes da falta de poder público é a proliferação de biroscas nos canteiros centrais das ruas da cidade. Essas biroscas afrontam a sociedade, impedem a visão dos motoristas nas esquinas mais movimentadas e podem ocasionar, pela falta da visibilidade, graves acidentes e atropelamentos de pedestres. 

É inconcebível que a administração da cidade, porventura alegue, que nunca viu tais biroscas, pois elas são  grandes e ficam muito bem localizadas. Se não as viu, deveria vê-las, pois é para isto que são eleitos e ganham polpudos salários. Se as viu e nada fez, caberia, então, ao Ministério Público tomar a iniciativa para que fosse feito.       


Birosca em Centeiro Central de Rua de Canavieiras
 - Foto de Regis Silbar




quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Rio Pardo - O Rio de Canavieiras

Paisagem do Rio Pardo em Canavieiras-BA - 
Foto de Regis Silbar

O Rio Pardo nasce na Serra Negra no Município de Rio Pardo de Minas no Estado de Minas Gerais, a cerca de 750 metros de altitude. Ele tem 565 Km da nascente até a sua foz, na Cidade de Canavieiras, no Estado da Bahia, onde deságua no Oceano Atlântico.

Do seu comprimento total, ele percorre 220 Km no Estado de Minas Gerais e 345 Km no Estado da Bahia, sendo, portando, um rio de comprimento razoável. O seu principal afluente é o Rio Mosquito, ainda no território de Minas Gerais, estado onde o rio inicia o seu percurso. 

A sua Bacia Hidrográfica é de 32.334 Km², sendo que deste total, apenas uma pequena parte fica no território do Estado de Minas Gerais, e o restante, portanto, fica no estado da Bahia.

A  Ponte  do  Lloyd  e o  Rio Pardo em 
Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar

A CEMIG construiu, no Rio Pardo, a Barragem Hidrelétrica Machado Mineiro, que regulariza a vazão do rio e permite que a água represada sirva para a irrigação da agricultura que floresce em suas proximidades. A CEMIG também contribui para o povoamento do rio com espécies nativas, o que favorece a atividade dos pescadores em toda a sua extensão.

Em sua foz, na cidade de Canavieiras, o rio é largo, piscoso e com um porto que já foi um dos mais importantes do Estado da Bahia. Também é nessa região que o rio apresenta as suas mais belas paisagens, deixando os turistas extasiados com tanta beleza.

A Ponte do Lloyd, uma das Sete Maravilhas de Canavieiras, está localizada justamente no Rio Pardo, formando, os dois, a ponte e o rio, um conjunto que é um dos mais belos do Estado da Bahia.


Barcos no Porto de Canavieiras, no Rio Pardo, 
Tendo  ao  Fundo  a  Ponte do Lloyd  - Foto de 
Regis Silbar




terça-feira, 16 de agosto de 2011

Navios no Porto de Canavieiras - Um Passado Que Não Volta Mais

Navio Não Identificado no Porto de Canavieiras
 no Ano de 1955 - Foto de Cartão Postal


O Cais do Porto de Canavieiras, no Rio Pardo, até meados da segunda metade do século passado, era um grande porto fluvial, que recebia navios de pequeno e médio porte. Era o Porto Grande, denominação pelo qual ele era conhecido.

Esse porto era muito movimentado, pois era frequentado por navios mercantes e de passageiros, pois as viagens, naquele tempo, só podiam ser feitas através de navios ou aviões. Além dos navios, o porto tinha uma grande profusão de barcos, dos mais variados tamanhos, e de canoas, que transportavam o cacau plantado nas lavouras que ladeavam as margens do Rio Pardo para ser embarcado nos navios.

Uma das companhias, cujos navios atracavam no Porto de Canavieiras,  era a Companhia de Navegação Bahiana, estatal pertencente ao Governo do Estado da Bahia que explorava linhas de navegação marítima e fluvial no Estado da Bahia e em alguns trechos de outros estados do Brasil, indo, por um certo período, até a Argentina, para onde levava o cacau da Bahia e trazia o trigo da Argentina.

A Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, por um certo momento, a maior companhia de navegação marítima das américas, também atracava os seus navios no Porto Grande, em Canavieiras, objetivando o transporte de mercadorias e passageiros.

Há de se notar que ainda hoje o Lloyd Brasileiro se faz presente em Canavieiras, não através de seus navios, mas através da ponte que leva ao seu nome e que é uma das Sete Maravilhas da cidade. Já a Ponte da Bahiana, feita de madeira e onde atracava os navios da Companhia Baiana de Navegação, foi destruída para a construção de um pier de concreto armado quando da revitalização do Centro Histórico de Canavieiras.

A estiva, no Porto Grande, em Canavieiras, era tão intensa que comportava inúmeros trabalhadores, que eram representados, profissionalmente, pelo Sindicato dos Trabalhadores na Estiva do Porto de Canavieiras, localizado na Rua da Jaqueira. Hoje o sindicato não existe mais e em ruínas está o prédio onde ele estava instalado.  


Navio 2 de Julho da Companhia de Navegação 
Bahiana,   Logo   Depois  de  sua   Chegada  da 
Alemanha em 1938




sábado, 13 de agosto de 2011

A Passarela do Padre - Canavieiras-BA


Passarela do Padre na Igreja de São Boaventura em 
Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar


Na Igreja de São Boaventura, em Canavieiras, existe uma passarela que liga a Casa Paroquial à Igreja de São Boaventura. Ele serve para que os padres cheguem à Igreja de São Boaventura, saindo da Casa Paroquial, sem pisar na grama do jardim que, de manhã, está quase constantemente molhada pelo orvalho da madrugada.

Ela não foi construída na mesma época da Igreja de São Boaventura, mas muito tempo depois, por um padre que não queria molhar a sua batina antes de rezar a missa. Mas isto faz muito tempo, muitos padres passaram pela igreja, mas a passarela continua lá, servindo a todos eles.

Reza a lenda que, em algumas noites do ano, padres que já não estão mais entre nós, passeiam, de madrugada, com as suas batinas mais vistosas, em procissão, pela passarela, com a intenção de continuar a rezar as suas missas.

Há duas maneiras de se chegar até a Passarela do Padre para conhecê-la: pelo portão lateral ao lado direito da igreja ou entrando pelo portão da Casa Paroquial. Quando estiver lá, aproveite a oportunidade e conheça também as laterais da igreja, que são tão belas com a sua fachada frontal.



Passarela do Padre na Igreja de São Boaventura 
em Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar






terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sociedade Philarmônica Lyra do Commércio - Canavieiras-BA


Atual  Sede  da  Sociedade Philarmônica Lyra do 
Commércio na Rua  dos  Artistas,  Atual  Avenida  
Otávio  Mangabeira  em  Canavieiras-BA  -  Foto 
de Regis Silbar

A Sociedade Philarmônica Lyra do Commércio foi fundada em 01-01-1894 na cidade de Canavieiras, portanto, no final do século XIX, por Bernardino de Lyro Barbosa, poeta canavieirense, membro fundador e patrono da cadeira número 19 da ALAC - Academia de Letras e Artes de Canavieiras.

O nome Lyra do Commércio, talvez esteja correlacionado com o sobrenome Lyro, portado pelo seu fundador, Bernardino de Lyro Barbosa, que era, além de poeta, funcionário público do município de Canavieiras.

Sociedade   Philarmônica   Lyra   do  Commércio,
 Inaugurando o Seu Novo Uniforme em 01-01-1959


A Sociedade Philarmônica Lyra do Commércio é, juntamente com a Filarmônica Dois de Janeiro, as duas mais importantes filarmônicas da cidade, estando presentes nas mais variadas festividades da cidade de Canavieiras.

A Sociedade Philarmônica Lyra do Commércio é sempre convidada para apresentações em muitas cidades do sul da Bahia, tais como Belmonte, Ilhéus, Itabuna e Una, onde se apresenta impecavelmente vestida em seus uniformes, abrilhantando as festas e também participando de competições com outras filarmônicas.

Ensaio da Sociedade Philarmônica Lyra do Commércio
 - Foto Tirada no início do século XX

Também, a Sociedade Philarmônica Lyra do Commércio participa dos carnavais de Canavieiras, através de charangas, animando as pessoas nas praças da cidade.

No início do Século XX, já era comum, na Sociedade Philarmônica Lyra do Commércio, a participação de mulheres entre os seus componentes, como podemos verificar e comprovar pela foto ao lado, onde vemos, ao fundo, uma participante ensaiando com um instrumento de sopro, provavelmente um piston ou clarinete. Assim podemos deduzir que a igualdade entre homens e mulhetes na Sociedade Philarmônica Lyra do Commércio já era corriqueira no início do século passado. 

A Sociedade Philarmônica Lyra do Commércio é um dos principais bens culturais da cidade de Canavieiras, com uma longa existência, o que, por si só, bastaria para ser tombada como bem cultural da cidade, quer por sua importância ou quer por sua atividade através dos tempos, sempre participando e animando as festas da cidade, através de diversas gerações de canavieirenses..

Uma das coisas mais interessantes no século passado era ver o desfile da Sociedade Philarmônica Lyra do Commércio pelas ruas de Canavieiras e, com certeza ainda continua sendo. Por este motivo, a filarmônica deveria ser preservada para sempre em nossa cidade.  

Uma das Antigas Sedes da Sociedade Philarmônica 
Lyra do Commércio, situada na  Praça da Bandeira
 em Canavieiras - Foto de Regis Silbar 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Iemanjá Protege o Porto de Canavieiras

Iemanjá no Porto de Canavieiras em 02-02-2011, 
Quando Foi Comemorado a Sua Data Festiva - 
Foto de Regis Silbar


A estátua de Iemanjá é um dos símbolos do Porto de Canavieiras, onde está erguida em uma minúscula ilha artificial no Rio Pardo, bem próxima às margens, de onde os turistas a visualizam e a fotografam para os seus álbuns de recordações.

Canavieiras tem muito a ver com Iemanjá, pois as duas foram, na mesma ocasião, cenários da novela Porto dos Milagres, filmada em 2001 pela Rede Globo de Televisão, que alcançou altos índices de audiência em todo o Brasil e projetou Canavieiras no cenário nacional.

A estátua é muito vistosa, colorida e chama a atenção de qualquer um que passe pelo cais do porto de Canavieiras. A estátua está constantemente florida, provando assim, que ela é bem aceita por grande parte da população canavieirense.

Além disto, ela proteja os pescadores que partem para o alto mar, já que ela é, no sincretismo religioso, a Nossa Senhora dos Navegantes da Igreja Católica.


Imagem de Iemanjá no Rio Pardo, em Canavieiras
 - Foto de Regis Silbar em 02-02-2011, Dia de Sua
 Festividade

  

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ilhéus, um Exemplo a Não Ser Seguido por Canavieiras

A Estátua de Sapho em Ilhéus Emoldurada por Belos
 Casarios  Antigos  na  Primeira  Metade  do  Século 
Passado - Foto de Autor Desconhecido


Em Ilhéus, na Praça J.J.Seabra, nada mais é como antigamente, só sobrou a estátua de Sapho e o Prédio da Prefeitura. O belo casario que existia no século passado não existe mais, foi tudo destruído em nome do progresso. Mas não houve progresso, o que houve foi uma catástrofe com a memória da cidade.

Na primeira metade do século passado Ilhéus era uma cidade cativante, com uma arquitetura típica da fase áurea do cacau, como em quase todo o sul da Bahia. A cidade era bonita, cheia de jardins, se embelezava com estátuas e outros monumentos, tais como a estátua de Sapho, toda em mármore de Carrara, comprada pelo Intendente Mário Pessoa em 1924, em um leilão ocorrido em um navio. Entre as várias estátuas existentes ele escolheu a de Sapho, não pelo o que ela representava, mas pela sua beleza.

Em toda cidade civilizada, o passado é preservado, principalmente quando o passado merece ser preservado. Em Ilhéus as belas construções mereciam ser preservadas, mas não foram.

Imagine Roma demolindo o Coliseu porque é uma ruína antiga sem serventia nenhuma. Atenas demolindo o Partenon pelo o mesmo motivo. Paris demolindo o Arco do Triunfo porque está no meio da praça atravancando o trânsito. Não podemos nem imaginar isto ocorrendo. Mas ocorreu e ainda está ocorrendo em Ilhéus, inclusive quando reformaram o teatro próximo à Catedral, que o deixaram muito longe de suas características originais.

Canavieiras, ainda com muitos monumentos arquitetônicos preservados, não deve seguir o exemplo de Ilhéus, que não soube preservar o seu passado  para iluminar o seu futuro.


A Estátua de Sapho, nos Dias Atuais, sem a Moldura
 dos 
Belos Edifícios que a Embelezavam

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O Caranguejo-Fantasma nas Praias de Canavieiras

Caranguejo-Fantasma - Ocypode Albicans - Também
 Conhecido por Maria-Farinha na Praia da Costa em
 Canavieiras - Foto de Regis Silbar 


Nas praias de Canavieiras existe um pequeno caranguejo muito branco que é conhecido por Caranguejo-Fantasma ou Maria-Farinha, mas o seu nome científico é "Ocypode Albicans". Ele vive nas areias secas da praia, bem acima da linha da maré e também nas areias da vegetação praiana.

A sua alimentação é à base de matéria orgânica em decomposição, mas a sua comida preferida são os ovos de tartaruga, não dispensando, o seu principal petisco, que são os pequenos filhotes do referido quelônio.

Eles são muito espertos e fogem quando da aproximação de pessoas e de animais, indo para as suas tocas, que podem chegar, em alguns casos, a até dois metros de profundidade, com diversas galerias e várias saídas.

Eles vivem do sul dos Estados Unidos até o sul do Brasil, portando vivem apenas em zonas quentes, não gostando de climas mais amenos. Quando está frio, ele fica no sol se esquentado e, quando muito quente, ele fica na sua toca.

Para que ele seja visto nas praias de Canavieiras, não é preciso muito esforço, basta caminhar próximo à vegetação e olhar, com atenção, para as tocas ou para as suas proximidades e, com certeza, sem precisar de muita sorte, você poderá admirar vários exemplares.

Também no Rio Pardo, próximo à Ponte do Lloyd, em um ângulo existente no muro do cais, onde há um pequeno depósito de areia branca e fina, os caranguejos-fantasmas fixaram residência, como podemos ver pela quantidade de tocas. Se observarmos, durante o dia, por alguns momentos, quase com certeza eles aparecerão.

Canavieiras ainda é um paraíso da diversidade biológica em sua região de restinga, mas não sabemos até quando, haja visto a destruição dos "habitats" dos animais com a remoção da vegetação praiana.      

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Favelização da Praia da Costa com a Concordância da Prefeitura de Canavieiras






Construção Típica das Favelas Cariocas e 
Paulistas na Praia da Costa em Canavieiras
 - Foto de Regis Silbar

A Praia da Costa, em Canavieiras, um dos mais bonitos e representativos Cartões Postais da cidade, vive em um estado lastimável de abandono pela Prefeitura, já que ela não exerce o seu poder de fiscalização para impedir a construção de habitações e biroscas em cima da areia da praia. Essas construções, além de ser irregulares, já que estão construídas no lugar onde deveria estar a vegetação praiana, elas são de extremo mau gosto, já que algumas são construções típicas de favela.

É um absurdo que a Prefeitura não dê a mínima para um dos lugares mais bonitos da cidade, já que a Praia da Costa é a praia preferida pela população local e também pelos turistas que ainda se encantam pelas belezas naturais da cidade. 

O que a Prefeitura vem fazendo, com a sua falta de iniciativa, é uma afronta ao povo canavieirense e aos donos de hotéis e pousadas da Praia da Costa, que pagam os seus impostos em dia e querem ter, em contrapartida, uma boa administração. Mas, o zelo pela coisa pública não vem ocorrendo, já que a praia é dos espertos, com a complacência da Prefeitura e a conivência da Câmara Municipal, que só se preocupa em dar título de Cidadão Canavieirense aos amigos.

Praias que despertam o desejo dos turistas, Canavieiras ainda tem, mas se não tiver, devido à falta de sensibilidade da Prefeitura, os turistas poderão procurar outras praias em outras cidades e Canavieiras, que se diz predestinada ao turismo, morrerá antes de chegar à praia.

A nossa revolta não é contra o prefeito da vez, mas contra os prefeitos que passaram por lá, independentemente de nome ou partido político, já que consentiram que a Praia da Costa se tornasse terra de ninguém. 

Birosca com Cobertura de Lona na Praia da 
Costa em Canavieiras -Foto de Regis Silbar
                           .

terça-feira, 12 de julho de 2011

A Festa de São Boaventura em Canavieiras

São  Boaventura,  Padroeiro  de  Canavieiras,  em  Sua 
Igreja no Dia de Sua Festa em Algum Ano da Primeira
 Metade do Século Passado - Foto de Autor Desconhecido 


Giovanni Fidanza, foi o verdadeiro nome de São Boaventura, padroeiro de Canavieiras. Ele nasceu em Bagnoregio, no centro da península italiana em 1221 e morreu em 1274. Pertenceu à Ordem dos Frades Menores e foi cardeal de Albano, sendo canonizado em 1482, quando foi declarado doutor da igreja, com o título de Doutor Seráfico.

Desde os primórdios de sua existência, Canavieiras o têm como padroeiro, devido ao fato de sua imagem ter sido encontrada quando o povoado ainda estava em sua fase inicial. Nesta ocasião o núcleo populacional estava localizado no Puxim, sendo depois transferido para a Ilha de Canavieiras.

A sua festa é comemorada no dia 14 de julho e neste dia há grandes festividades na igreja, com uma grande  procissão pelas principais ruas da cidade e outros festejos na Praça de São Boaventura, com a participação de milhares de pessoas. O ponto alto da festa é a missa solene em homenagem ao padroeiro.

A parte profana da festa é composta por desfiles e "shows" de cantores e bandas musicais que empolgam o público constituído de nativos e turistas. Todos ficam encantados.