terça-feira, 30 de outubro de 2012

Flora de Restinga nas Praias de Canavieiras - Parte II

Como já comentamos anteriormente, as áreas de restinga do litoral de Canavieiras são um convite às pessoas interessadas por fotografias e aos estudiosos da nossa flora, já que grande parte dela ainda continua intocada, aguardando os olhares maravilhados dos amantes da natureza.

Assim, em continuação, divulgamos, aos interessados, mais alguns itens da flora de restinga que existe ao longo das areias das praias do litoral de Canavieiras. São bonitos exemplares que enfeitam e embelezam a nossa paisagem e servem de cenário às ondas que perto delas se arrebentam.    


Ipomoea Pes-Caprae

Ipomoea Pes-Caprae,  conhecida  popularmente 
como Salsa-de-Praia.  Florescenas Restingas das 
Praias de Canavieiras - Foto de Regis Silbar

A Ipomoea pes-caprae tem este nome na botânica, em latim, por suas folhas apresentarem a forma de V, lembrando a ponta de um pé de cabra. No Brasil, a sub-espécie brasiliensis, comum em todo o nosso litoral, é conhecida popularmente pelo nome de Salsa-de-Praia.

Esta planta é muito resistente ao sal e mesmo quando as suas sementes são levadas por correntes marinhas para lugares muito distantes de sua origem, elas não sofrem nenhum dano e são capazes de germinar tão logo cheguem a um lugar propício.

Esta planta é a mais indicada contra a erosão proveniente das marés altas e a sua flor, de uma suave cor lilás, dura apenas um dia e enfeita todo o litoral de Canavieiras deixando a areia completamente florida com a sua presença. Na medicina popular ela é usada contra inflamações e para curar transtornos gastro-intestinais.

Ipomoea imperati    

Ipomoea Impderati, é uma herbácea rastejante,
 com flores brancas, que floresce nas praias de 
Canavieiras - Foto de Regis Silbar 


Ipomoea Imperati é uma herbácea rastejante, com flores brancas tendo em seu centro uma mancha indo do amarelado ao púrpura. Ela é típica das regiões de restinga de toda a costa brasileira, suportando bem o aterramento temporário pela areia de praia.

O seu período de intensa floração vai de maio até agosto, porém há floração durante o ano inteiro e as suas belíssimas e alvas flores duram poucas horas, pois abrem, acompanhando o sol, no início da manhã e fecham, morrendo, ao anoitecer.

Esta planta tem uma importante função na fixação das dunas de areias e na fixação das areias da praia acima da linha da maré alta, evitando, assim, a sua erosão. Ela, também, é usada popularmente para curar feridas, inchaços, inflamações, dor estomacal e dores após parto.  


Agoptera arenarialla

Allagoptera Arenaria, Conhecida em Canavieiras
 como Caxandó, é Nativa das Regiões de Restinga
 - Foto de Regis Silbar  


Allagoptera Arenaria, também conhecida como Caxandó, Coquinho, Guriri, Guriri-de-Praia é uma pequena palmeira típica de regiões de restinga, endêmica em toda a costa brasileira, e muito abundante no sul do Estado da Bahia e no norte do Estado do Espírito Santo, embora seja também encontrada em grande quantidade no Estado do Rio de Janeiro e em outros estados do Brasil.

As folhas desta palmeira saem diretamente do chão de um tronco que raramente pode ser visto e têm o padrão de um redemoinho, crescendo, aparentemente, de forma aleatória, em diversos planos, podendo chegar a uma altura equivalente a dois metros nas regiões onde mais de desenvolvem (Bahia e Espírito Santo), mas têm um porte menor nas demais regiões.

Os seus frutos, pequenos e dispostos em uma espiga, são verde-amarelados por fora e de um intenso amarelo-dourado por dentro, quando maduros. Eles são comestíveis in natura, adocicados e  muito gostosos e também são usados para a confecção de doces, licores e geleias.






segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Flora de Restinga nas Praias de Canavieiras - Parte I

Canavieiras é um paraíso e as suas praias semi-desertas são cobertas por uma vegetação luxuriante com espécies típicas de restinga que são quase desconhecidas da maioria da população brasileira. Para quem se interessa pela flora nativa é uma festa, pois quase tudo é novidade, e essa novidade é que traz a motivação para a pesquisa e, para os amantes da fotografia, esta é a ocasião especial para documentar a beleza e diversidade da flora de restinga das praias de Canavieiras.

Embora este site não seja destinado à Botânica, é importante que a vegetação de Canavieiras seja divulgada para fins turísticos e de pesquisa científica, pois ela faz parte da beleza que a cidade emana para quem a visita, dando um colorido todo especial às caminhadas matinais nas trilhas das areias da praia. 


Guapira Opposita

Guapira Opposita - Popularmente Conhecida Como
 Maria Mole é Nativa nas Praias de Canavieiras - Foto
 de Regis Silbar


Guapira Opposita, também conhecida popularmente como Maria-Mole, Louro-Branco, Maria-Faceira, João-Mole, Carne-de-Vaca, Flor-de-Pérola e outros nomes mais, é nativa da Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Floresta Ombrófila Densa, Floresta Estacional Semidecidual, Manguezais e Restingas.

Sendo uma planta que se adapta aos mais diferentes ambientes, ela também apresenta uma grande diversidade de tamanhos, indo dos 15 metros de altura nas florestas úmidas até ao porte anão com meio metro de altura em terreno pedregoso e solos rasos.

Nas restingas das praias de Canavieiras ela se apresenta em densos aglomerados e com porte anão, estando os seus frutos doces, comestíveis, com coloração roxa intensa, quase preta, e com 28 por cento de proteínas ao alcance das mãos. Diversas espécies de aves utilizam os seus frutos como alimento.  


Canavalia Rosea

Canavalia Rosea, conhecida popularmente como 
Feijão-de-Praia é Nativanas Praias de Canavieiras
 - Foto de Regis Silbar  


Canavalia Rosea, também conhecida popularmente como Feijão-de-Praia ou Cipó-de-Praia, é uma espécie com flores de cor rosa quase lilás, típica de restinga, mais especificamente, das areias imediatamente após a linha da maré alta e está presente em todo o litoral brasileiro.  

Ela é muito útil para evitar a erosão da orla praiana, ocasionada pelas marés altas e, principalmente, pelas ressacas. Por isto ela deve ser preservada pela comunidade, inclusive através de leis adotadas pelo poder público, o que não ocorre em Canavieiras, onde as construções irregulares (barracas, restaurantes e casas residenciais), avançam sobre este tipo de vegetação, deixando a orla sem proteção.

Mesmo com o desleixo de prefeitos em fiscalizar a destruição da vegetação à beira-mar, ela ainda é abundante nas regiões mais distantes da avenida principal que leva à praia. Quem passar pela orla, com certeza, não a deixará de notá-la, tanto pela a sua cor viva, como também pela a sua beleza.
   

Centrosema Brasilianum

Centrosema   Brasilianum,  Conhecida   
Popularmente  como   Feijão-Bravo   é 
Nativa nas Praias de Canavieiras - Foto
 de Regis Silbar

Centrosema Brasilianum
, espécie típica de restinga, conhecida popularmente  pelo nome de feijão-bravo, está presente e é muito abundante nas praias de Canavieiras. Ela possui uma flor de coloração lilás com uma mancha branca no meio e contém, em suas folhas, um teor de proteínas entre 16 e 20 por cento.

Ela é uma planta nativa da América do Sul, notadamente do Brasil e da Venezuela. Não é muito exigente, se adaptando bem desde a Região Amazônica até caatingas e restingas e, sendo uma planta trepadeira, ela se espalha pelo chão em lugares onde não há suporte.



terça-feira, 16 de outubro de 2012

Um Passeio ao Povoado de Comandatuba, um Lugar a Poucos Quilômetros de Canavieiras

Porto do Cacau - Povoado de Comandatuba, Distante
 42 Quilômetros de  Canavieiras - Foto de Regis Silbar 

Comandatuba é um pequeno, pacato e tranquilo povoado a poucos quilômetros ao norte de Canavieiras, com fácil acesso pela estrada BA-001, que é completamente asfaltada e com ótimas condições de uso e que atravessa uma região com paisagens que inclui Mata Atlântica, fazendas de cacau, coqueirais, pequenos morros e pontes atravessando rios e riachos. 

Partindo de Canavieiras, em direção a Ilhéus, seguindo pela estrada BA-001, se chegará à Comandatuba em menos de meia hora, pois ela fica a apenas 42 quilômetros de distância de Canavieiras, mas este tempo pode ser bem maior se você for apreciando e admirando a paisagem que é envolvente e não deixa de provocar admiração até aos viajantes mais experientes. 

Pequeno Trapiche para Embarque de Funcionários
 para o Resort Existente na Ilha de Comandatuba - 
Foto de Regis Silbar  

Comandatuba, conhecida anteriormente como Vila de Cachoeirinha, foi fundada oficialmente em 1939, embora já existisse, como povoado, há muitos anos antes do seu reconhecimento oficial. Em 31 de março de 1999 foi elevada à categoria de Distrito, permanecendo até hoje com esta situação política.

Com uma população inferior a 1.000 pessoas, o povoado de Comandatuba é tranquilo e os seus habitantes vivem praticamente só do turismo, pois em seus domínios está localizado um resort com padrão de alto luxo, que possui até um aeroporto internacional particular para receber jatos de grande porte.   


Ponto de Embarque para os Hospedes do Resort
 Existente  na  lha  de  Comandatuba  -  Foto  de 
Regis Silbar

Para quem vem conhecer Comandatuba, não pelo seu magnífico hotel, mas pelo o que a Vila por si só representa, pode ficar tranquilo, pois a pequena estrada que liga a BR-001 ao centro do povoado, ladeada por árvores e pequenas habitações, já vale a visita, pois apesar de sua curta distância, o número de aves e pássaros nela concentrados se iguale, talvez, ao existente em uma grande região.

Em Comandatuba, o povoado se resume, basicamente, a uma grande e única praça, com uma igreja bem no seu centro, ladeada por algumas pousadas e residências, que formam todo o núcleo urbano do pacato e simpático povoado.  


Paisagem entre o Povoado e a Ilha de Comandatuba
 - Foto de Regis Silbar


A igreja que fica no centro da única praça do povoado é a Igreja de São Sebastião, padroeiro do Povoado, cuja festa é realizada em 20 de janeiro. Antes da atual igreja, existia no lugar, uma singela construção em madeira, que também era destinada a São Sebastião.

Em frente à igreja há um cruzeiro, pintado de branco, a mesma cor da igreja, harmonizando com o cenário e constituindo uma paisagem bem peculiar. A igreja, embora pareça uma construção antiga, em razão de sua arquitetura, ela não o é, pois foi construída em data muito recente.
        

Igreja de São Sebastião no Povoado de Comandatuba,
 Distante 42  Km de Canavieiras - Foto de Regis Silbar


Na década de setenta do século passado, a praça central de Comandatuba era coberta por uma fina e branca camada de areia, tão fina que era difícil ver individualmente cada grão. Hoje, só com alguma dificuldade podemos ainda encontrar esta preciosidade dentro do centro urbano da cidade.

Nas margens do rio que separa a ilha do continente, a preciosidade é o mangue que é abundante em caranguejos, guaiamuns e aratus. A abundância é tanta que, em um metro quadrado, às vezes, podemos  contar, mais de uma dezena de indivíduos. Vale a apena conferir esta maravilha.


Igreja de São Sebastião no Povoado de Comandatuba,
 Distante 42 KM de Canavieiras - Foto de Regis Silbar

Nas margens do rio, podemos observar alguns ancoradouros, destinados a atracação de barcos para o transporte de passageiros, na maioria turistas, ansiosos para se deslocarem até a Ilha de Comandatuba, o paraíso onde está localizado um resort, que é um dos melhores do Brasil.

Este porto, denominado Porto do Cacau, é bem movimentado, mas a principal função dele é turística, já que o povoado não dispõe de outras importantes atividades complementares. O nome Porto do Cacau é uma homenagem à região, a grande produtora de cacau do Brasil. 


Paisagem  Fluvial  do  Rio  que Separa a Ilha do
 Povoado de Comandatuba - Foto de Regis Silbar


Além disto tudo, Comandatuba é um lugar onde a temperatura média anual é de 24º C, com a média máxima anual de 28º C e a mínima de 19º C, portanto o lugar é sempre agradável. O sol brilha quase o ano inteiro, mesmo em dias em que a chuva aparece na parte da manhã.

Não deixe de visitar Comandatuba quando você for a Canavieiras, pois além de ser um passeio agradável, você poderá voltar no mesmo dia e curtir mais uma noitada nos bares do Cais do Porto de Canavieiras, a Princesinha do Sul. 


Paisagem do Rio que Separa o Povoado da Ilha
 de Comandatuba - Foto de Regis Silbar 





quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Becos e Vielas do Centro Histórico de Canavieiras

Beco no Centro Histórico de Canavieiras
 - Foto de Regis Silbar


Canavieiras é uma cidade antiga, muito antiga, ela já era grande quando as outras praticamente ainda não existiam ou ainda não tinham começado a existir. Ela já era uma cidade importante e gloriosa no século XVIII, quando o sul da Bahia era praticamente um deserto de pessoas, mas com um potencial de riqueza que mais tarde iria transparecer e enriquecer a cidade.

Do século XVIII nada sobrou, a não ser a memória histórica que nos remete ao passado e nos faz lembrar de sua turbulenta fase inicial, com a transferência da sede da vila do Puxim para a Ilha de Canavieiras, muita mais segura e de mais fácil defesa, ante o constante ataque dos índios.

Logo depois e em consequência do plantio do primeiro pé de cacau na Fazenda Cubículo e da descoberta dos diamantes no Rio Salobro, afluente do Rio Pardo, a cidade começou a se desenvolver e as suas antigas construções foram sendo demolidas para dar lugar a uma cidade planejada, com largas ruas e alguns becos e vielas no Centro Histórico da cidade.

Foi justamente nestes becos e vielas que o antigo comércio da cidade de Canavieiras mais se desenvolveu   e era aí que as pessoas se movimentavam, compravam, vendiam e negociavam o cacau, então a maior riqueza de todo o Estado da Bahia.

Esta fase durou até meados da segunda metade do século XX e, hoje, estes becos e vielas, estão desertos, tranquilos e sem mais nenhum comércio, mas com uma beleza sem igual e onde as construções e arquitetura do século XIX dão um toque especial ao lugar, aguardando os turistas para se maravilharem com a sua beleza.
Conheça Canavieiras, você merece estar no paraíso.  


Beco no Centro Histórico de Canavieiras - 
Foto de Regis Silbar