sábado, 21 de outubro de 2017

Como Era a Locomoção em Canavieiras em 1938

Caravana no Interior de Canavieiras no Ano de 1938


Quase não existia veículos em Canavieiras no ano de 1938 e, para se deslocar pelo interior do município, em lugares que não eram servidos pelo Rio Pardo e seus afluentes, onde podiam ser usadas embarcações de médio ou pequeno porte, a única alternativa era através de montarias.

O animal mais usado para o transporte de pessoas e mercadorias pelos povoados e fazendas do interior não era o cavalo, mas sim o jumento, animal de porte pequeno mas com um vigor físico muito grande.

Uma fato interessante era que as pessoas se locomoviam montadas em jumentos paramentadas com roupa social e às vezes usavam até paletó e gravata. Eram outros tempos e outra civilização. 

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

O Porto Grande do Rio Pardo em Canavieiras nas Primeiras Décadas do Século XX

Barco Atracado no Porto Grande do Rio Pardo -
Canavieiras-BA - Meados da Primeira Metade do
 Século XX 


O Porto Grande, no Rio Pardo, que é o rio que banha Canavieiras e a ajuda a transformá-la em uma ilha, já teve, no passado, os seus de glória, quando era o único meio de acessar a cidade, seja por barcos ou por aviões.

Quando ainda não havia o aeroporto em Canavieiras, era no Rio Pardo que os hidro-aviões amerrissavam. O local da amerrissagem era bem próximo à atual Ponte do Lloyd, dando ainda mais movimento àquele local, que já era a parte mais movimentada da cidade.

Muito antes dos grandes navios aportarem no Porto Grande, em Canavieiras, o porto já recebia grandes barcaças, que iam receber, em seus porões, as safras de cacau que depois seguiriam para os grandes centros consumidores internacionais.

No início do século Canavieiras tinha cerca de cinco mil habitantes, em meados da primeira metade do século, um pouco mais. Mas, mesmo assim, a cidade era muito movimentada, pois era um centro regional, onde toda a redondeza se dirigia para os seus afazeres mais triviais, já que não tinha outro lugar à altura, a não ser Ilhéus, mas Ilhéus era muito longe e não havia como se chegar até lá, a não ser de avião ou por via marítima, o que dificultava muito.

Era p'ra o Cais do Porto que as pessoas se dirigiam, logicamente a pé, para verem e serem vistos e fazer as suas compras nos armazéns de secos e molhados que eram abundantes nas suas imediações. Eram nestes armazéns que as pessoas, que chegavam de barcos ou canoas, se dirigiam para comprar os seus mantimentos.

Todas as reuniões, festividades e procissões da igreja católica eram feitas no Cais do Porto ou nas suas imediações pois, inclusive, a Igreja de São Boaventura, naquela época, estava localizada na Praça da Bandeira, bem próximo ao Cais do \Porto.

Hoje em dia só os barcos de pesca frequentam o Porto Grande, que só não é um local mais deserto, porque no verão, os turistas transitam vagarosamente pelas margens do Rio Pardo para apreciar as belas paisagens que, como um pano de fundo, embelezam e dão uma sensação de contato direto com a natureza.  


sexta-feira, 29 de setembro de 2017

O Porto Grande de Canavieiras Antes da Construção do Cais

Porto de Canavieiras Antes da Construção do Cais 



O Porto Grande, no Rio Pardo, em Canavieiras, antes da construção do cais tinha uma aparência rústica mas, mesmo assim, recebia os navios que vinham à cidade para serem abastecidos com as sementes do valioso fruto produzido na região: o cacau.

Nesta época, a cidade tinha um batalhão de estivadores que se ocupavam de transportar as sacas de cacau até os porões dos navios que, com certeza, iriam abastecer o continente europeu e os Estados Unidos, grandes consumidores do saboroso chocolate.

Nesta época Canavieiras nadava em dinheiro, tinha construções faustosas e carros americanos e europeus desfilando pelas ruas arenosas da cidade, cobertas de capim-cipó, que evitavam o atolamento dos veículos.

Mas o tempo passou, o Cais do Porto foi construído, os navios deixaram de visitar o Rio Pardo e a vassoura de bruxa infestou as plantações de cacau, deixando a cidade com saudades daqueles tempos que não voltam mais.         

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Boate Irajá - Como Funcionava a Prostituição em Canavieiras

Prédio onde funcionava a antiga Boate Irajá na Rua
 da Jaqueira em Canavieiras - Foto de Regis Silbar



A prostituição em Canavieiras já teve os seus dias de glória, onde era exercida com toda pompa e elegância que a nobre profissão merecia em meados do século passado.

Os cavalheiros que frequentavam a distinta Boate Irajá, na Rua da Jaqueira, a rua onde estava concentrada as casas em que as nobres damas exerciam a sua profissão, só eram aceitos em seus ambientes se estivessem vestidos de terno e gravata e usando sapatos social.

As senhoras que trabalhavam no local eram hábeis em suas atividades e aguardavam os seus clientes trajando vestidos longos e calçadas em sapatos de salto alto. Usavam joias, a maioria delas, doadas pelos clientes mais abastados como forma de agradecimento e satisfação pelos serviços prestados.

O ambiente da Boate Irajá era sempre festivo, com muitas bebidas estrangeiras, distribuídas pela dona do bordel para os cavalheiros mais distintos. Não faltavam regalias para os coronéis que frequentavam os seus salões.

Durante a década de setenta, com a liberalização sexual, a boate entrou em decadência e, finalmente, logo depois, encerrou as suas atividades, deixando desempregadas as suas dedicadas funcionárias que, certamente, continuaram a exercer a sua profissão por conta própria.

Canavieiras, na época em que a Boate Irajá funcionava a todo o vapor, usufruía do dinheiro fácil das suas imensas plantações de cacau que iam até quase à fronteira com as Minas Gerais.

A licenciosidade da Rua da Jaqueira era famosa em Canavieiras e, por isso, as senhoras de respeito da sociedade não circulavam por suas calçadas, apenas alguns de seus maridos circulavam.

Hoje em dia o prédio em estilo "art déco" onde funcionava a boate está em ruínas, não parecendo em nada com a aparência que tinha no passado, quando recebia os senhores mais distintos da sociedade de Canavieiras.          


terça-feira, 19 de setembro de 2017

A Própolis Vermelha de Canavieiras

Própolis Vermelha de Canavieiras - Foto de
Regis Silbar 


A própolis vermelha de Canavieiras é um dos produtos naturais mais completo para a preservação e manutenção do bem estar e da saúde e tem uma eficácia muito além do que podemos imaginar.

Ela é rica em isoflavonas e possui uma cor avermelhada quase idêntica ao vermelho do pau-brasil. Essa própolis vermelha é coletado pelas abelhas na Dalbergia ecastophyllum, popularmente conhecida como rabo-de-bugio ou marmelo-do-mangue e é típica do sul do Estado da Bahia, principalmente nos mangues de Canavieiras.

Usado na forma de spray, o própolis vermelho é muito eficaz no combate ao pigarro, mesmo aqueles oriundos de anos e anos do hábito de fumar. Conhecemos casos de pessoas que tiveram a cura do pigarro quando já desenganadas pelos médicos mas, com o uso frequente do própolis, a cura foi total.

A produção do própolis vermelho ainda é pequena no sul da Bahia, com cerca de duzentos quilos por ano e, por isto, o produto não chega aos grandes centros. Assim, quando você for a Canavieiras, não deixe de fazer um pequeno estoque para quando precisar. 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O Vapor Javary - O Primeiro Grande Navio a Entrar no Porto de Canavieiras

O Vapor Javary - Primeiro Grande Navio a Entrar
 no Porto Grande, em Canavieiras - Na Foto Está
Ancorado no Porto de Corumbá-MT



Provavelmente foi em algum dia do ano de 1920 que o vapor Javary do Lloyd Brasileiro entrou pela barra e seguiu festivamente em direção ao Porto Grande em Canavieiras.

À sua espera estava cerca de duas mil pessoas, todas vestidas com roupas de festa, aguardando ansiosamente a sua chegada e ancoragem no Porto Grande, nas águas do Rio Pardo.

Até então só pequenos navios podiam passar pela barra em direção ao porto da cidade, já que era consenso entre os comandantes de navios que a barra que davam acesso ao porto de Canavieiras era intransponível para navios de maior calado.

O Lloyd Brasileiro mesmo assim se interessou e construiu a ponte de atracação que hoje leva o seu nome e, assim, o Javary, todo iluminado, passou pela intransponível barra e foi recebido pela população enquanto a Filarmônica Vinte e Cinco de Maio tocava animadamente para abrilhantar o acontecimento.

O vapor Javary, de 1295 toneladas, foi construído em 1907 e desmantelado em 1937, mas durante a sua curta existência ele navegou bastante pelas costas do Brasil e proporcionou muitas alegrias por onde passou.

Veja: Correio da Manhã, edição 7.957 de 13-12-1920 - segunda-feira.   

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Boto-Cinza, o Golfinho das Águas do Estuário do Rio Pardo, em Canavieiras

Sotalia Guianensis, o Boto-Cinza, Abundante nas
 Águas do Estuário do Rio Pardo em Canavieiras



Nas águas tranquilas do estuário do Rio Pardo, em Canavieiras, o Boto-Cinza, com o seu majestoso salto mortal, reina absoluto, dando aos olhos uma oportunidade única de apreciar uma espécie ameaçada de extinção.

O seu nome científico é Sotalia guianensis, o nome guianiensis foi atribuído à espécie por ter sido no território da Guiana Francesa que ela foi observada e descrita pela primeira vez.

Mas nas águas do Rio Pardo o boto-cinza é visto com muita frequência, principalmente no trecho entre o Porto Grande e a foz do rio. Um lugar privilegiado para a sua observação é a Ponte do Lloyd, que avança rio adentro, até um ponto ideal para uma melhor observação.

Embora o nome popular seja boto-cinza, o boto-cinza não é propriamente um boto, mas sim uma espécie de golfinho que povoa as costas das américas de Honduras até uma parte do sul do Brasil.

O boto-cinza é de fácil observação, pois o seu tamanho é, em média, de dois metros de comprimento. Assim, não é necessário chegar muito perto do animal para uma atenta observação.

Quando você for a Canavieiras, não deixe de contemplar o boto-cinza, o golfinho que povoa as água tranquilas do Rio Pardo, em Canavieiras. Você terá um bom assunto para comentar durante um bom tempo.   

domingo, 9 de julho de 2017

Primeira Igreja Batista de Canavieiras



Primeira Igreja Batista de Canavieiras - Rua do
Brejo - Foto de Regis Silba


A Primeira Igreja Batista de Canavieiras foi fundada em 18 de novembro de 1955, sendo atualmente uma das principais igrejas da cidade, tanto pelo número de fiéis como também pelos trabalhos sociais que realiza.

Ela está localizada em uma esquina da Rua General Pederneiras, antiga Rua do Brejo, justamente no final do quadrilátero que demilita o Centro Histórico da cidade.

Esta igreja veio para o Brasil a partir de imigrantes americanos que deixaram os Estados Unidos logo após o término da Guerra de Secessão e se estabeleceram no Estado de São Paulo e onde fundaram uma Igreja Batista para Estrangeiros em Santa Bárbara do Oeste.

No entanto a Primeira Igreja Batista do Brasil foi fundada em Salvador, capital da Bahia, em 1882. Esta igreja, diferentemente da fundada em Santa Bárbara do Oeste, que era direcionada a estrangeiros, isto é americanos, era direcionada a brasileiros e, por este motivo, foi considerada a primeira do Brasil.

O lema da Primeira Igreja Batista de Canavieiras é a seguinte: "Nossa missão é fazer discípulos de Jesus Cristo, e servi-lo fielmente, servindo ao próximo."    


Interior da Primeira Igreja Batista de Canavieiras -
 Rua do Brejo - Foto de Regis Silbar





















segunda-feira, 26 de junho de 2017

Um Engraxate no Centro Histórico de Canavieiras em Meados do Século XX

Engraxate na Esquina da Rua Mal. Deodoro com
o Beco do Progresso - Canavieiras-BA - no Final
da Década de 60 ou Início da de 70 do Século XX
 



No Centro Histórico de Canavieiras, existia, em meados do século passado, um profissional da graxa, escova e flanela que fazia os sapatos dos clientes brilharem como se fossem novos.

O ponto onde ele se instalara, Rua Marechal Deodoro esquina com o Beco do Progresso, era muito bom, ou melhor, ótimo, pois era no beco que se concentrava uma grande parte dos serviços de Canavieiras, como por exemplo alfaiatarias, barbearias, ourivesarias, relojoarias e outros tipos de comércio relacionados a serviços.

Assim ele estava situado em um ponto em que havia uma grande concentração de pessoas que poderiam ser clientes em potenciais e, por isso, talvez, tenha sido compensador trabalhar na profissão.

    

domingo, 25 de junho de 2017

Rua Marechal Deodoro - Centro Histórico de Canavieiras

Rua Marechal Deodoro, Entre a Praça do Cacau e a
Praça da Cesta,  no Centro Histórico de Canavieiras
 Foto IBGE - Década de Quarenta ou Cinquenta do
Século XX

A Rua Marechal Deodoro, cujo nome homenageia o primeiro militar golpista do Brasil, fica no Centro Histórico de Canavieiras, entre a Praça do Cacau e a Praça da Cesta.

Ela é composta, principalmente por prédios muito bem conservados em estilo "Art Nouveau", formando uma bela composição arquitetônica e embelezando o Centro Histórico da cidade.

Rua Marechal Deodoro no Centro Histórico de
Canavieiras - Desfile de Bloco Carnavalesco de
Senhoras no Ano de 1937

Por estar no Centro Histórico da cidade, a Rua Marechal Deodoro sempre foi uma das mais usadas para fins de atividades cívicas e recreativas, sendo que sempre foi uma das preferidas para os desfiles de blocos carnavalescos.

Além disto ela foi muito usada para fins políticos, já que os comícios realizados no século XX, eram quase todos feitos no coreto da Praça da Cesta, que era um palanque natural para tais atos e, por isto, as comitivas transitavam através da rua Marechal Deodoro até o coreto da praça.

Rua  Marechal  Deodoro  no  Centro  Histórico  de
Canavieiras - Bloco  Musical  Carnavalesco  -  Data
Provável: Décadas de Vinte ou Trinta do Século XX


Juscelino Kubitschek, quando candidato à presidência da república, esteve, em 1955, na Rua Marechal Deodoro, no Centro Histórico de Canavieiras, quando passou em direção ao coreto da Praça da Cesta, que serviu de palanque ao seu comício presidencial.

É por tudo isto que a Rua Deodoro foi e ainda continua ser uma das principais e tradicionais ruas de Canavieiras. Ela foi muito importante no passado e ainda continua muito importante no presente.


Rua Marechal Deodoro Vista da Praça do Cacau -
Centro Histórico de Canavieiras - Foto Realizada
por Regis Silbar em 2017





quinta-feira, 22 de junho de 2017

Tropilha de Jumentos na Zona Rural de Canavieiras na Primeira Metade do Século XX


Tropilha de Jumentos na Zona Rural de Canavieiras
 em 1938 - Foto de Autor Desconhecido


Em Canavieiras, nas primeiras décadas do século XX, havia ausência total de estradas no município. Todo o deslocamento era feito por rios, através de canoas e barcos, pelo porto, através de navios e no aeroporto, por aviões de carreira e aeronaves particulares.

Quem queria se deslocar pelo interior do município não tinha outro meio a não ser através da garupa de animais que, na maioria das vezes era o jumento, animal abundante e que era usado para o transporte da safra de cacau pelo interior do município.

No início do século passado Canavieiras era um município de enormes dimensões, incluindo em seu território os atuais municípios de Una, Santa Luzia, Camacan, Mascote, Pau Brasil, Arataca, Itapebi e Potiraguá. Todos esses municípios, que eram parte de Canavieiras na primeira metade do século XX, não passavam, naquela época, de pequenas povoações, sendo que algumas não tinham mais do que meia centena de casas. Também não tinham estradas e, na maior parte delas, o único meio de transporte era o lombo dos jumentos.

Ao invés de estradas, as trilhas serviam de caminhos e por elas os jumentos transitavam transportando passageiros e mercadorias, movimentando a precária economia do interior do município.

domingo, 11 de junho de 2017

As Águas Límpidas e Transparentes das Praias de Canavieiras

Praia da Costa - Ilha de Atalaia - Canavieiras-BA -
Foto de Regis Silbar


As praias de Canavieiras, todas elas situadas nas suas inúmeras ilhas marítimas, são de uma grande beleza. Elas são selvagens, com vegetação típica de restinga e uma grande quantidade de aves que se alimentam dos frutos provindos da variada vegetação de sua extensa costa marítima e fluvial.

As suas águas são claras, límpidas e transparentes, além de amenamente mornas, prontas e preparadas para as pessoas se deleitarem em banhos e mergulhos depois de um maravilhoso banho de sol. 


Praia da Costa - Ilha de Atalaia - Canavieiras-BA
 - Foto de Regis Silbar

As praias são ensolaradas em quase todos os dias do ano, mesmo quando chove à noite ou amanhece chuvendo, o sol não demora a brilhar no céu, dando um toque de alegria e aquecendo as areias claras e lavadas pelas marés altas.

A paisagem com coqueiros balançando ao vento leva a uma felicidade que envolve quem está admirando o balançar das águas ou o navegar das embarcações de pesca que pontilham no horizonte.  


Praia da Costa - Ilha de Atalaia -
Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar




sábado, 10 de junho de 2017

Juscelino Kubistchek Já Esteve em Canavieiras

Recorte de Jornal Noticiando Que Juscelino
Kubistchek Já Esteve em Canavieiras



Juscelino Kubistchek, um dos melhores presidentes do Brasil já teve, de acordo com pesquisas já realizadas, esteve em Canavieiras no ano de 1955, quando ainda era candidato à presidência da república.

Como candidato à presidência da república, ele realizou um comício na Praça Eduardo Campos, no Centro Histórico de Canavieiras, que teve como palanque a Cesta, o coreto que embeleza a referida praça, também conhecida como Praça da Cesta.

De acordo com as três testemunhas entrevistadas pelo jornal, Juscelino Kubistchek, ainda andou descalço pela Avenida Otávio Mangabeira, antiga Rua dos Artistas, também conhecida como Rua Treze, a principal rua de Canavieiras. É a Rua que liga o Cais do Porto ao Aeroporto.

É uma pena que a Cesta original da praça tenha sido demolida a mando de algum prefeito que passou e ninguém se lembra mas dele. Contudo, Juscelino, sempre será lembrado pelo povo brasileiro e a Cesta foi reconstruída, voltando a fazer parte da paisagem da cidade.    


sexta-feira, 9 de junho de 2017

Os Trajes Cotidianos dos Canavieirenses do Sexo Masculino nas Primeiras Décadas do Século XX

Cavaleiros com Trajes Cotidianos no Cais do Porto
de Canavieiras nas Primeiras Décadas do Século XX 


Nas primeiras décadas do século XX, os trajes usados pelas pessoas do sexo masculino em Canavieiras eram, de certa forma, um tanto formais, se compararmos com o que usamos hoje em dia.

Os homens estavam sempre de ternos, camisas de mangas compridas, calças, sapatos e gravatas. O uso desta indumentária era diária, fazendo parte do cotidiano e todos se trajavam desta maneira, fazendo com que as ruas da cidade fossem uma passarela onde todos desfilavam.

Haviam também os mais sofisticados, que davam preferência ao uso de gravatas borboletas em detrimento de outros tipos de gravatas. O complemento era o chapéu, que poderiam ser de vários tipos, mas ele era sempre essencial para o complemento da indumentária.

Os ternos eram sempre de cores claras, sendo o branco a cor preferida de todos e, por isto, as ruas estavam sempre repletas de rapazes e senhores trajando ternos de cores claras, onde o branco predominava.

Esta indumentária era comum a todos, não importando a classe e origem social. Os mais pobres vestiam ternos humildes enquanto os ricos coronéis do cacau vestiam ternos de linho importados diretamente da Europa.
  

quinta-feira, 8 de junho de 2017

A Comemoração dos 300 Anos da Freguesia de São Boaventura em Canavieiras em 2018

Dom Avelar Brandão Vilela na Igreja de São 
Boaventura, em Canavieiras em 14-07-1984 
em Missa Solene


Em 11 de abril de 2018, portanto, no ano que vem, a Freguesia de São Boaventura, em Canavieiras, completará 300 anos de existência e, para comemorar esta data está sendo planejado um grande festejo, tanto religioso como pagão, como a igreja se refere a festas de teor não religioso.

A Freguesia de São Boaventura foi criada em 11 de abril de 1718, a partir do desmembramento da Freguesia da Invenção da Santa Cruz de São Jorge dos Ilhéus, que tinha sido criado em 1556, portanto, apenas 56 anos após o descobrimento do Brasil.

Na época da criação da Freguesia de São Boaventura o Brasil ainda era uma colônia de Portugal e era escassamente povoado, incluindo Poxim, sede da Freguesia de São Boaventura, que nesta época tinha menos de 10 casas.

A festa que será realizada no próximo ano, 2018, deverá ser, também, memorável, já que os preparativos já estão em andamento desde 2016 e, por este motivo, contamos com a sua presença para prestigiar a nossa festa.


quinta-feira, 1 de junho de 2017

Um Grande Erro Jornalístico Sobre Canavieiras

Matéria Publicada na Página 18 da Edição 252 da
Revista Esporte Ilustrado de 04-02-1943 da Editora
Americana


Na página 18 da edição de número 252 da Revista Esporte Ilustrado, da Editora Americana, datada de 4 de fevereiro de 1943, houve uma notícia sobre o futebol de Canavieiras que, imaginem, colocou a cidade no Estado do Rio de Janeiro, um lugar bem distante do Estado da Bahia, onde ela realmente está localizada.

Nesta edição, estava sendo noticiado que o Satélite F.C., de Canavieiras havia derrotado um combinado da cidade vizinha de Belmonte por 6 x 0. Satélite era um antigo e extinto nome de algumas sedes  das atuais AABB - Associação Atlética Banco do Brasil.

No título da notícia constava a seguinte legenda: "Foot-Ball em Canavieiras - Estado do Rio" e, logo abaixo, a foto do esquadrão dos atletas que participaram do jogo representando o Satélite F.C.

Ainda bem que hoje em dia os jornais sempre fazem alguma pesquisa antes da publicação para não divulgarem notícias com dados incorretos. Se aconteceu com Canavieiras, que era uma importante cidade na época, imaginem o que acontecia com outras cidades de menor expressão.


Capa da Edição 252 da Revista Esporte Ilustrado
de 04-02-1943 da Editora Americana 


quarta-feira, 31 de maio de 2017

A Construção do Trecho Ilhéus-Una-Canavieiras da Estrada BA-001

Construção do Trecho Ilhéus-Una-Canavieiras da
 Estrada BA-001 - Foto de 20-08-1982


Foi em 1982 a inauguração do trecho Ilhéus-Una-Canavieiras da Estrada BA-001. A estrada percorre um longo trecho do litoral da Costa do Cacau, um dos locais com as praias mais lindas do Brasil.

Esta estrada fazia muita falta à cidade de Canavieiras, pois estando a apenas 130 quilômetros de Ilhéus, pelo litoral, necessitava percorrer mais de 400 quilômetros para alcançá-la. Era uma distância muito grande para um lugar tão perto.

Construção do Trecho Ilhéus-Una-Canavieiras da
 Estrada BA-001 - Foto de 20-08-1982


Depois de sua construção Canavieiras não ficou mais ilhada como ficava até então. Ilhéus ficou mais perto e Itabuna também. Era tudo o que os canavieirenses queriam e conseguiram.

A estrada em si é maravilhosa, vem junto ao litoral até a Reserva Biológica de Una, onde vivem os micos-leão-de-cara-dourada e, a partir daí, segue um pouco mais pelo interior, mas não muito distante da praia.


Construção do Trecho Ilhéus-Una-Canavieiras da
 Estrada BA-001 - Foto de 20-08-1982


Depois de passar por Una, a estrada continua em direção à Canavieiras, passando também por uma estradinha simpática que leva até o povoado de Comandatuba, onde está localizado um grande resort de renome internacional.

Entre Una e Canavieiras, estrada caminha entre pequenas colinas, quebrando a monotonia com as porteiras das fazendas de cacau e algumas plantações de pimenta-do-reino. 

Construção do Trecho Ilhéus-Una-Canavieiras da
 Estrada BA-001 - Foto de 20-08-1982


No final da estrada está a grande surpresa: a linda e bela cidade de Canavieiras, a Princesinha do Sul, a terra onde foi plantado o primeiro pé de cacau que tantos benefícios trouxe para a cidade, que tanto acumulou riquezas, produzindo os seus frutos.

Canavieiras é o fim do caminho, e é onde termina a estrada. O projeto é que ela siga até Belmonte, uma cidade a apenas 20 quilômetro de Canavieiras mas, por impedimento de órgãos ambientais do governo federal ela não foi construída, mas quem sabe, um dia ela poderá ser.
]
Construção do Trecho Ilhéus-Una-Canavieiras da
 Estrada BA-001 - Foto de 20-08-1982


Quando for, Canavieiras ficará bem no meio do caminho entre Ilhéus e Porto Seguro e servirá, obrigatoriamente, de passagem para todos os turistas que se deslocarem de uma cidade para outra pelo litoral.

E quando isto acontecer, Canavieiras reinará absoluta na Costa do Cacau, por suas belezas, seu casario antigo do tempo dos coronéis do cacau, sua culinária deliciosa e seu simpático povo.


Construção do Trecho Ilhéus-Una-Canavieiras da
 Estrada BA-001 - Foto de 20-08-1982

terça-feira, 30 de maio de 2017

Detalhes dos Frontispícios de Quatro Prédios Públicos da Praça da Bandeira em Canavieiras

Detalhe do Frontispício da Prefeitura Municipal de
Canavieiras na Praça da Bandeira  -  Foto de Regis
 Silbar


Alguns prédios públicos da Praça da Bandeira, em Canavieiras, foram construídos no final do Século XIX, como a Prefeitura Municipal e a Cadeia Pública, hoje Biblioteca Municipal.

Esses prédios, por serem simples e belos ocupam uma posição de destaque na referida e praça e emanam uma beleza sem igual que ilumina todo o Centro Histórico da cidade. 

Detalhe do Frontispício da Biblioteca Municipal de 
Canavieiras na Praça da Bandeira  -  Foto de Regis
 Silbar


Outro prédio que merece destaque é o que é ocupado atualmente pela Câmara de Vereadores da cidade. Ele é em estilo "art nouveau" e, provavelmente foi construído entre as décadas de vinte e trinta, época em que este estilo estava em voga na cidade.

Este prédio foi ocupado originalmente pela Philarmônica Lyra do Commércio, que ainda hoje é a proprietária do imóvel, embora haja quem discorde, mas não há nenhuma documentação comprovando a sua venda. 

Detalhe do Frontispício da Câmera dos Vereadores
 de Canavieiras na Praça da Bandeira - Foto de Regis

 Silbar

Finalmente, a Secretaria de Educação, do lado oposto à Prefeitura Municipal, completa a composição de belos prédios públicos da Praça da Bandeira. Este prédio, não era originalmente em estilo "art nouveau" mas o seu estilo arquitetônico foi modificado quando houve a sua recuperação para que sua fachada acompanhasse as demais edificações em seu redor.

Quando você for a Canavieiras não deixe de visitar a Praça da Bandeira no Centro Histórico da cidade, nas proximidades do Cais do Porto, bem perto da Ponte do Lloyd, no Rio Pardo.

Detalhe do Frontispício da Secretaria de Educação
 de Canavieiras na Praça da Bandeira - Foto de Regis

 Silbar

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Detalhes em Estilo "Art Nouveau" de Fachadas em Canavieiras

Detalhe da Parte Superior do Frontispício de Casarão
em Estilo "Art Nouveau" na Rua do Brejo no Centro
Histórico de Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar


Canavieiras, Cidade Histórica do Ciclo do Cacau, no sul do Estado da Bahia,  é uma cidade que surpreende pelas e suas belezas naturais, suas praias, suas ilhas, seus rios e sua exuberante vegetação de mangue, espalhada por toda a orla de suas ilhas e canais.

A cidade, também, está diretamente identificada com a agricultura do cacau, a cujos frutos deve a sua vasta riqueza no passado e que também fez engordar o erário estadual e o Tesouro Nacional.

Detalhe da Parte Superior do Frontispício de Casarão
 em Estilo  "Art Nouveau"  na Rua Marechal Deodoro 

no  Centro  Histórico  de  Canavieiras-BA -  Foto  de 
Regis Silbar


Por ter cacau, Canavieiras tinha riqueza, e foi com esta riqueza que a cidade, de repente, começou a construir, nas décadas de vinte e trinta do século passado, belos casarões em estilo "art nouveau", então em voga nas principais cidades europeias.

As construções eram em série e, a cidade, antes com construções simples, passou por uma mudança radical, onde belos casarões, dos ricos coronéis do cacau, pontilhavam pela cidade, dando um ar de fidalguia aos seu moradores.
 


Detalhe da Parte Superior do Frontispício de Casarão
Estilo  "Art Nouveau"  na  Praça do Cacau no  Centro

Histórico de Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar


Assim, Canavieiras se ornamentou de belos casarões estilo "art nouveau" que sobreviveram, em sua maioria, e hoje se tornaram atração para os turistas que visitam a cidade à procura de uma das poucas cidades históricas do ciclo do cacau que ficaram conservadas até os nossos dias.

Até há pouco anos atrás, os casarões estavam, em grande parte abandonados e em mau estado de conservação mas, com o desenvolvimento do turismo, os imóveis ficaram valorizados e foram passados adiante e recuperados pelos novos proprietários.


Detalhe da Parte Superior do Frontispício de Casarão
 Estilo "Art Nouveau" na  Rua  das  Flores  no  Centro 

Histórico de Canavieiras-BA - Foto de Regis Silbar


No Cais do Porto, propriamente dito, na orla do Rio Pardo, não há edificações em estilo "art nouveau" em razão das construções ali existentes serem do final do Século XIX e início do Século XX, portanto, anteriores ao início do estilo "art nouveau" mas, em seus arredores, este estilo reina em pé de igualdade com o estilo "art déco", outro estilo com grande número de edificações na cidade.

Quando você for a Canavieiras, não deixe de apreciar as maravilhas arquitetônicas que embelezam o Centro Histórico da cidade e não deixe de fotografá-las para o seu álbum de recordações.



Detalhe da Parte Superior do Frontispício de Casarão
em  Ruínas  em  Estilo  "Art Nouveau"  na   Praça da 
Bandeira   no   Centro  Histórico  de  Canavieiras-BA
 - Foto de Regis Silbar















quinta-feira, 25 de maio de 2017

Mapas das Escalas das Linhas Aéreas Cruzeiro do Sul Incluindo Canavieiras

Mapa das Escalas das Linhas Aéreas Cruzeiro do Sul
no Ano de 1944, Incluindo a Cidade de Canavieiras 



As Linhas Aéreas Cruzeiro do Sul, foi uma companhia aéreo de capital nacional, herdeira do Syndicato Condor Ltda. e com de grande atuação em território todo o território nacional.

Na segunda metade do Século XX, a Cruzeiro do Sul era uma das principais companhias de aviação do Brasil e servia muitas cidades, entre as quais Canavieiras, no sul do Estado da Bahia, que nesta época era uma das principais e mais ricas cidades do Brasil.    

Mapa das Escalas das Linhas Aéreas Cruzeiro do Sul
no Ano de 1950, Incluindo a Cidade de Canavieiras 


O Aeroporto de Canavieiras, também chamado de Campo de Aviação, era e ainda continua sendo um aeroporto de pista relativamente extensa, capaz de receber aviões de médio e grande porte e, por isso, a Cruzeiro do Sul o incluiu entre as escalas de suas rotas para o Norte e Nordeste do Brasil.

Além de ser uma escala técnica, a cidade tinha uma grande demanda de cargas e passageiros, oferecendo à empresa a oportunidade de ter sempre passageiros para transportar.   


Mapa das Escalas das Linhas Aéreas Cruzeiro do Sul
no Ano de 1954, Incluindo a Cidade de Canavieiras 


A cidade, depois da inauguração da BR 101, ligando o Rio de Janeiro a Salvador, deixou de ser interessante para as companhia aéreas, pois com esta alternativa, grande número de pessoas que viajavam curtas distâncias por via aérea - Canavieiras-Ilhéus, Canavieiras-Belmonte - deixaram de utilizar as companhia aéreas como meio para se deslocar.

A Cruzeiro do Sul foi incorporada pela VARIG, que por sua vez deixou de existir por ter entrado em colapso na primeira década do Século XX, porém, o Aeroporto de Canavieiras, hoje pavimentado, está esperando que as linhas aéreas se interessem em utilizá-lo.

Mapa das Escalas das Linhas Aéreas Cruzeiro do Sul
no Ano de 1957, Incluindo a Cidade de Canavieiras 

terça-feira, 16 de maio de 2017

Ford Bigode (Ford Modelo A - Phaeton) na Praça da Cesta em Canavieiras

Ford Modelo A Phaeton, Chamado no Brasil de Ford
Bigode  -  Praça da Cesta em Canavieiras  -  Final da
Década de 20 ou Início da de 30 - Arquivo Pessoal 


O Ford Modelo A foi apresentado ao público em 22 de dezembro de 1927, mas só começou a ser fabricado, nos Estados Unidos, a partir de 1928. Ele, no Brasil, ganhou o apelido de Ford Bigode, porque o parachoque parecia um bigode, sendo os olhos os faróis

Portanto a foto acima só pode ter sido tirada a partir de 1928, ano em que começou a fabricação do Ford Bigode ou antes do início da década de trinta, porque, nestes anos, era moda, em Canavieiras, os homens se vestirem com ternos brancos.

É claro que Canavieiras, embora fosse uma cidade rica pelo cultivo do cacau, não possuía ainda, nestes anos, de uma malha viária pavimentada, apta a receber os automóveis para rodarem com tranquilidade.

Os poucos carros existentes na cidade eram, quase todos, de propriedade dos ricos coronéis do cacau. A maioria dos habitantes da cidade andava a cavalo ou a pé mesmo, já que a cidade era de pequenas dimensões.

Na foto acima, podemos ver a cesta no meio da praça e homens de ternos brancos transitando próximos aos cavalos que também transitavam pela praça, servindo de meio de transporte para alguns. A praça era muito movimentada - era o ponto de encontro da população.