terça-feira, 6 de março de 2012

Os Manguezais de Canavieiras e o Maior Crime Ecológico



Manguezal na Ilha de Atalaia em Canavieiras - Foto
 de Regis Silbar

Na década de oitenta do século passado um prefeito eleito sem dizer quais as suas verdadeiras intenções com a cidade, cometeu o maior crime ambiental de Canavieiras, da Bahia e talvez o maior crime ambiental em tempos recentes do Brasil: o aterro de um verdejante manguezal, com milhões de caranguejos, siris, aratus e guaiamuns.

Além disto, este manguezal servia de abrigo e pousada a diversas espécies de aves que coloriam o ambiente e davam aquele toque especial que encantava a todos que apreciam a natureza. Também este manguezal era habitado por diversas espécies de pequenos mamíferos que completavam o quadro da exuberante beleza que dele irradiava.

De repente, tudo isto deixou de existir, quando uma mente doentia, que comandava a cidade com o apoio de seus asseclas, cometeu este crime, já que era proibido, em todo o Brasil, a destruição de quaisquer manguezais, por eles serem santuário da vida marinha. Mesmo se não existisse esta lei, o bom senso deveria ter sido levado em consideração, pois não se deve destruir um um sistema biológico em sua quase totalidade por objetivos mesquinhos e contrários aos interesses da maioria.

Além da fauna, que foi dizimada durante a destruição do manguezal, a flora também foi muito prejudicada. Não foi feito nenhum estudo sobre o impacto ambiental que este aterro criminoso poderia originar, porém diante de tamanha barbaridade, o estudo seria irrelevante.

Hoje em dia a área aterrada não tem nenhuma utilidade pública. Tomara que continue assim, pois, quem sabe, um dia o mangue possa nela renascer. Para que isto aconteça, talvez seja necessário a construção de alguns canais para que a água do rio circule pelo aterro, ajudando a florescer os mangues que seriam plantados às suas margens.

A Passarela do Robalo, que nem deveria existir, mas existe, poderia ser conservada, atravessando o manguezal do Cais do Porto até a ponte que une a Ilha de Canavieiras à Ilha de Atalaia. Ela seria uma passarela ecológica, bem diferente da atual, pois ficaria em meio aos mangues, atravessando, através de pontes, os canais que seriam construídos para que o manguezal renascesse.     

Vocês sabem qual era a intenção deste prefeito, quando aterrou o manguezal que era patrimônio da cidade e de todo o povo de Canavieiras? Era o seu loteamento e posterior revenda dos lotes para a construção de imóveis de luxo. Isto não é mentira nem suposição, pois isto foi dito em entrevista dada pelo Sr. Almir Melo a uma revista editada em comemoração ao centenário da cidade, revista esta que traz na capa a Igreja de Santo Antônio do Atalaia.

Esse objetivo mesquinho não foi realizado graças às denúncias feitas aos órgãos competentes por canavieirenses com visão ecológica e sensatez. Foram estas denúncias que impediram que esta mente insana desse continuidade ao seu crime ambiental.

Este blog não é político, não tem objetivo de eleger ou impedir que alguém seja eleito, mas não pudemos deixar de nomear o autor deste ato tão mesquinho que foi o aterro de parte do belo manguezal  que emoldurava a Ilha de Canavieiras.  Tomara que nenhum outro prefeito de nossa cidade seja tão psicopata para tomar atitude semelhante no futuro.


Manguezal na Ilha de Atalaia em Canavieiras - 
Foto de Regis Silbar

Um comentário:

  1. Foi um crime horrível e não compreendo como esse prefeito não foi penalizado.A ambição foi muito grande e no fim de nada deu.Fiquem de olho Canavieirenses,pois a ambição dos políticos nesse local cresce de acordo com o crescimento turístico,onde gera dinheiro para os cofres da prefeitura,logo para o bolso deles.

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