sábado, 29 de outubro de 2022

Uma Cena do Passado de Canavieiras - Moda Masculina



Sete senhores entre os quais o juiz (de bengala) de
Belmonte em exercício em Canavieiras às margens
 do Rio Pardo - Foto de Teophilo  Mourranhy datada
de 11-08-1924

 

Esta foto serve para nos demonstrar como eram as vestimentas masculinas na década de vinte do século passado. Realmente não eram nada parecidas com as dos tempos atuais, mesmo se levarmos em consideração que eles estão vestidos de modo casual, isto é, nem roupas muito esportivas, nem à passeio. 

Uma detalhe que nos chama bastante a atenção é que entre os sete, cinco estão de chapéus, o que dá para perceber que era um detalhe bastante importante no vestuário da época.

Também não deixa passar despecebido os modelos das gravatas que estavam usando: um com gravata borboleta e os demais com gravatas longas bem fininhas, exceto um, que apresentava gravata larga, porém bastante curta. Assim podemos perceber que a gravata também era indispensável naquela época.

É interessante também que todos estavam de calças bastante largas e com paletó, formando um conjunto da mesma cor e tonalidade o que deveria ser bastante chique na época.

Um detalhe que não passou despercebido eram que todos estavam com as calças bem curtas, aparecendo um bom bocado das meias. Este deveria ser o estilo de calças que todos deveriam usar na década de vinte do século passado.

Pela aparência e pose, todos deveriam ser pessoas importantes na cidade, já que entre eles estava um juiz em exercício em Canavieiras, que era de Belmonte e era conhecido como Chimbo (de bengala). Talvez para a época, acompanhar um juiz seria um sinal de prestígio.

Também podemos verificar que todos usavam os sapatos do mesmo tipo, com modelos aparentemente bastante iguais, detalhe que deveria ser moda na época.

Ninguém estava sorrindo na ocasião em que a foto foi tirada. Todos estavam bastante sérios. Talvez para demonstrar sobriedade.



sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O Prédio da Prefeitura em em Meados da Década de Noventa do Século XX - Canavieiras-BA

Prefeitura de Canavieiras - Data Provável da Foto: 
1996 ou 1997 - Canavieiras-BA
 

A prefeitura de Canavieiras foi e ainda continua sendo um prédio em metamorfose, pois as cores de sua fachada foi sendo modificada através dos tempos, algumas vezes com bom gosto, outras com muito mal gosto, mas em meados da década de noventa do século passado, a prefeitura tinha uma pintura que lhe dava um charme todo especial: as cores eram branco e marsala.

Marsala é a cor que possui um fundo opaco, levemente marrom, parecendo um fundo mais terroso, sem perder a intensidade do vermelho e era essa, justamente, a cor que a prefeitura tinha em meados da década de noventa do Século XX.

Nesse período de tempo, enquanto durou a pintura, a prefeitura tinha uma aparência solene e toda especial, com um discreto charme que destacavam as suas linhas em contraste com o céu azul ao anoitecer.



 

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

A Noite das Senhoras na Festa de São Boaventura em Canavieiras

Santinho de São Boaventura do ano de 1952 - 
Lembrança da Noite das Senhoras de Canavieiras


Cada noite pertencia a uma determinada classe de pessoas ou famílias. Era assim que funcionava a Festa de São Boaventura, o santo padroeiro da cidade de Canavieiras, a Princesinha do Sul ou a Princesinha da Costa do Cacau.

Uma das noites mais esperadas da Festa de São Boaventura era a Noite das Senhoras, onde as mais destacadas senhoras da sociedade canavieirense se reuniam para patrocinar uma das missas solenes que iria servir de comentários por muito tempo nas esquinas e clubes sociais que na época existiam na cidade.

Os preparativos para a Noite das Senhoras começava muitos meses antes do início da Festa de São Boaventura. Era necessário encomendar as flores, entrar em contato com as gráficas para a impressão dos convites, comprar as velas que deveriam ser acesas durante a missa, escolher os panos que deveriam cobrir os altares e preparar a limpeza da igreja.

Também deveriam ser escolhidas as roupas com com que as senhoras deveriam se apresentar e, se as mangas das vestimentas fossem curtas, deveriam ser acrescentados um xale para cobrir as vergonhas e também nunca deveriam ser esquecidos o véu para que a cabeça não ficasse descoberta. Os preparativos eram grandes e cansativos, mas valia a pena pela glória de ser a melhor missa. 




segunda-feira, 24 de outubro de 2022

O Iate a Motor Itapicuru que Navegou no Rio Pardo em Canavieiras a Partir de 1929





O Iate a Motor Itapicuru de propriedade da firma 
Wildberger & Cia. navegou no Rio Pardo em 
Canavieiras a partir de 1929



A firma Wildberger & Cia., especializada no comércio e exportação de sementes de cacau, tinha uma filial em Canavieiras, que era, na época, o maior produtor da valiosa "comodity" que era cultivada às margens do Rio Pardo, em fazendas que conservavam todas as frondosas árvores da Mata Atlântica.

Essa filial procurava comprar a maior quantidade possível das sementes da valiosa fruta, com a qual podemos elaborar as mais variadas delícias, e exportá-las para os grandes centros consumidores que pagavam o produto à peso de ouro o que enriqueceu muito a cidade de Canavieiras.

Para transportar toda essa mercadoria comprada ela necessitava de meios para transportá-la e, por isso, ela adquiriu o Iate a Motor Itapicuru, que começou a operar em Canavieiras a partir do ano de 1929, ligando os portos de Belmonte e Canavieiras ao de Ilhéus, para que o cacau fosse transferido para navios maiores que não podiam, devido ao seu tamanho, atracar no Porto de Canavieiras.

Esse iate a motor trafegou até o ano de 1942, quando finalmente parou de navegar devido ao início da Segunda Guerra Mundial, pois a exportação de cacau parou, pois era perigosa a navegação no Atlântico, com risco, inclusive, de torpeamento das embarcações. 






domingo, 23 de outubro de 2022

Um Convite para a Festa de São Boaventura em 1952 - Canavieiras-BA

Programa-Convite para a Festa de São Boaventura
 no ano de 1952 - Canavieiras-BA

 

A Festa de São Boaventura, era, no século passado a principal festa da cidade de Canavieiras, pois além do catolicismo ser a principal religião da cidade, também era um motivo para homenagear o santo e ter mais um motivo para um convívio social entre os devotos.

A comissão da festa mandava confeccionar convites com os programas da comemoração que eram distribuídos por toda a cidade para que todos pudessem saber de antemão quais seriam as famílias que estariam patrocinando as missas que eram rezadas durante os festejos.

Cada família procurava, por todos os meios possíveis, que a missa patrocinada por ela fosse a mais bonita, a mais enfeitada, a que tivesse mais flores e que as principais famílias da sociedade canavieirense e autoridades estivessem presentes para que a sua missa fosse a mais brilhante de todas e que servisse de assunto por muito mais tempo na cidade.

A disputa era grande, mas valia a pena para que a sua missa fosse a melhor e a mais bonita. Como não haviam flores suficientes na cidade, elas deveriam vir de Salvador à bordo de aeronaves para que chegassem ainda no mais perfeito frescor e vitalidade, para que os seus perfumes ainda exalassem quando fossem postas nos altares e todos pudessem sentir os seus aromas florais.

Hoje em dia, a festa de São Boaventura ainda continua a alimentar alguma vaidade entre as famílias, mas nada se compara às missas faustosas  que eram realizadas há setenta anos atrás, porém a fé continua a mesma, embora uma grande parte da população deixou de seguir a fé católica e seguiu outros caminhos, sendo ovelhas de outros rebanhos.



quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Um Parque de Diversões em Canavieiras em Meados do Século XX

Montagem de Parque de Diversões em Canavieiras
 - Data Provável: Meados do Século XX - Autor 



Canavieiras recebia muitos parques de diversões durante o Século XX, a maioria deles com brinquedos bem rudimentares, mas que deixavam a sua população cheia de alegria, pois cada parque de diversões que se instalava na cidade era uma novidade a comemorar.

Um dois brinquedos que não podiam faltar nos parques era o barquinho que, com duas pessoas, uma de cada lado, davam o impulso, puxando uma corda, para que o barquinho flutuasse no ar, com movimentos de vai e vem. Era uma beleza.

Os lugares preferidos para a instalação dos parques era a Praça de São Boaventura, durante a festa do padroeiro e na Praça da Capelinha, durante o período das festas que tinham lugar ali na pracinha.

Bons tempos aqueles que já passaram e não voltam mais, onde as pessoas se divertiam sem preocupação e levavam as suas vidas em uma boa.


    



sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Selo de 300 Réis com Carimbo de Canavieiras com a Grafia Errada para a Época

Selo de 300 Réis com carimbo de 
Canavieiras datado de 6 de abril
de 1894

 

Canavieiras teve, desde o Século XIX, a sua agência dos Correios e, por esse motivo, existem selos com o nome da cidade postos em suas faces, através de carimbos com as datas de postagem.

Especificamente, este selo de 300 Reis, da tiragem denominada "Cruzeiro do Sul", emitido em 1890, tem uma curiosidade que, ao nosso ver, o torna um selo especial: é o nome da cidade que ao invés de Cannavieiras, com dois enes, como era grafado o nome da cidade no Século XIX, está grafado Canavieiras, com apenas uma letra "N".

Em todos os outros selos desta época os carimbos postos para obliterar os selos na cidade de Canavieiras possuem duas letras enes e isso nos leva a crer que o carimbo em questão foi confeccionado com a grafia errada para a época, o que o torna uma raridade.

A grafia com o nome da cidade com dois enes era usado em todos lugares e em todas as ocasiões durante todo o Século XIX, só tendo sido alterado para um "N" só em meados do Século XX. 

        



quinta-feira, 6 de outubro de 2022

A Escola Barão do Rio Branco em Canavieiras

Escola Barão do Rio Branco - Cais do Porto
 Ano de 1914 - Canavieiras-BA - Foto de Jota



O bonito prédio em estilo art-nouveau onde funcionou a Escola Barão do Rio Branco ficava bem próximo às margens do Rio Pardo no Cais do Porto, em Canavieiras. Hoje, o prédio ainda existe, embora bem mais longe das margens do Rio Pardo, devido a um pequeno aterro que foi feito quando da construção do cais que ainda hoje existe às margens do Rio Pardo e que todos nós conhecemos.

Talvez o reconhecimento dele seja um pouco dificultado pelas mudanças feitas em sua fachada, mas algumas características dele ainda permanecem e, quem quiser dar uma olhadinha, ele fica na rua logo após a Ponte do Lloyd, isto é, uma rua antes da Rua do Mangue. Ela está localizada bem atrás do Ginásio de Esportes.

Atualmente ele serve apenas como residência e deixou de ser escola há muitos anos e pouco lembra a beleza que tinha antigamente, quando se sobressaia entre os demais prédios em seu entorno.

De suas janelas podiam ser vistos o movimentado Cais do Porto, com as canoas ancoradas às margens do Rio Pardo e os canoeiros se movimentando nas proximidades com suas roupas simples e muita vontade de trabalhar.

Atualmente o lugar é muito calmo, com pouco movimento, já que o Rio Pardo, deixou de ser, há muito tempo, o lugar mais movimentado da cidade.