sábado, 13 de novembro de 2010

Destruição das Vegetações das Praias de Canavieiras

Ipomoea Pes-Caprae Nativa das Praias de 
Canavieiras - Foto de Regis Silbar


Quem chega às praias, em Canavieiras, passando pela ponte que liga a Ilha de Canavieiras à Ilha de Atalaia, passa por um caminho onde há um grande monumento representando um caranguejo dando boas vindas aos visitantes, no qual falta a pata dianteira. Não sei se essa ausência se deveu à falta de manutenção ou ao vandalismo. Mas isto não importa, pois o que importa mesmo são os fatos narrados a seguir:

As praias de Canavieiras têm uma grande biodiversidade, mas o município não tem cuidado pela sua preservação. Aliás, muito pelo contrário: as suas autoridades têm incentivado a sua destruição, permitindo que as vegetações das praias sejam completamente destruídas e dizimadas por comerciantes que instalam construções de tijolos em frente à praia, às quais os governantes chamam equivocadamente de quiosques.

Em lugares civilizados, estes tipos de construções não seriam permitidos, pois além de se apossarem de um espaço público, esses comerciantes, "limpam o terreno", isto é, destroem a vegetação na maior "cara-de-pau", sem que haja um poder público vigilante e eficaz que impeça tal destruição.

Ipomoea Imperati Nativa das Praias de Canavieiras
 - Foto de Regis Silbar


Não podemos pensar que tais autoridades de plantão não saibam de tais ocorrências, pois Canavieiras é uma cidade pequena, onde todos vêem tudo em todos os lugares. Assim, podemos deduzir, que há uma conivência com a destruição da fauna e da flora para o bem de poucos e para o mal de toda a sociedade canavierense.

Em frente aos ditos "quiosques", que são construções  favelizadas, que tanto enfeiam a praia, há uma ausência quase total de vegetação nativa, pois os seus "proprietários", capinam o terreno para demonstrar que são civilizados e, no entanto, os turistas os acham destruidores da natureza.

No Rio de Janeiro, as vegetações das praias forem replantadas nos lugares onde elas estavam ausentes e, por medida de segurança, cercadas com arame não farpado, para impedir a passagem de pessoas não conscientes com a natureza. É claro, foram deixados muitos caminhos para que as pessoas se deslocassem até a praia, harmonizando, desta forma, a natureza com o bem estar dos banhistas.

Em Salvador-BA, Cabo Frio-RJ, FlorianópolisSC e muitos outros lugares do Brasil, essas construções foram demolidas com o apoio da justiça e da população, pois os únicos beneficiários eram os invasores que auferiam ganhos financeiros danificando a natureza.

Também, há de se notar que há, na área de preservação, muitas construções residenciais que foram erguidas ilegalmente, pois se há alguma autorização dada por alguém, esta autorização também é ilegal, pois não está de acordo com a legislação.

Guapira Opposita - Maria Mole - Nativa das Praias
 de Canavieiras- Foto de Regis Silbar


Canavieiras está começando agora a urbanização de sua costa marítima e, se não tomar cuidado, vai virar uma Santa Cruz Cabrália da vida, onde a desordem impera na Coroa Vermelha, antigo ponto turístico, hoje favelizado.


A sociedade de Canavieiras não deve ficar calada e se omitir diante de tais irregularidades cometidas por pessoas que se dizem donas da praia, pois elas chegam até a cercar o espaço como se donas fossem. As autoridades, inclusive o prefeito, não toma nenhuma iniciativa para combater tais atitudes, se omitindo e se tornando  cúmplices da situação, seja por omissão ou consentimento.

2 comentários:

  1. Muito obrigado pelo comentario. Tudo mundo fica calado e a natureza sumiu. Que vergonha - onde esta a justica? Quanto vale a natureza?? Abraço Daniel Konzett

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  2. Pois é Daniel, uma cidade além de ser civilizada deve, também, ser consciente para que as gerações futuras possam dispor dos mesmos benefícios que estamos tendo. No Rio de janeiro, toda a orla das praias do Recreio dos Bandeirantes e da Barra da Tijuca foram replantadas com a vegetação nativa. É um ótimo exemplo que Canavieiras deve seguir.

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