terça-feira, 2 de julho de 2013

O Antigo Hotel Pátria no Centro Histórico de Canavieiras




Hotel Pátria com Casa de Banho Anexa - Foto 
Garimpada na Internet -Autor Desconhecido 


Há muitos e muitos anos atrás, portanto, no final do século XIX ou início do Século XX, existiu no Centro de Canavieiras, cidade histórica do sul da Bahia, conhecida também como a Princesinha do Sul, um simpático hotel denominado Hotel Pátria. 

Ao lado deste hotel, funcionava uma Casa de Banho, provavelmente também pertencente e parte integrante do referido hotel, já que a pintura da fachada de ambas as casas tinha as mesmas características, quer seja  na cor, como também no desenho geométrico da parte superior da pintura que vai do chão até a metade da altura das portas.

Na Casa de Banho é interessante os dizeres contantes nas colunas entre as portas, como poderemos verificar: 1º coluna: BANHOS, 2º coluna: FRIOS 200 REIS (Banhos Frios - 200 Reis). Também chama a atenção as portas que, embora abertas, não dão visão para o ambiente interno, já que exteriormente existiam meias portas que resguardavam a intimidade dos clientes.

Como a localização da Casa de Banho do Hotel Pátria ficava bem próxima ao Cais do Porto, ela era de grande utilidade pública, pois, os marinheiros e passageiros poderiam se banhar assim que os navios atracassem no Porto de Canavieiras, o mesmo valia para os passageiros dos barcos e canoas que chegavam das fazendas de cacau, bem como para os trabalhadores da estiva, que já iam asseados para casa.

O hotel propriamente dito era no primeiro andar do prédio, já que na parte inferior funcionava uma confeitaria, pois nas colunas entre as portas existiam as seguintes inscrições: 1º coluna VINHO BORDEAUX, 2º coluna: CHAMPAGNE, 3º coluna: CONFEITARIA.

O hotel, de aparência simples, provavelmente suprimia as necessidades de hospedagem dos viajantes, pois como podemos observar, pelo menos no dia em que a foto foi tirada, o hotel estava com bastante hóspedes e muitos deles estavam nas janelas observando o fotógrafo tirando a foto, fato que não era comum na época.

A arquitetura do hotel era típica dos tempos áureos do cacau, com fachada de linhas simples, despida e sem excesso de enfeites, porém, o acabamento da parte superior continha uma riqueza de detalhes que davam um ar de nobreza à construção.

Um detalhe que nos chama muito a atenção é o poste fincado na esquina, bem em frente ao hotel, que deveria iluminar a via pública a base de azeite de baleia ou até mesmo com querosene, já que, na época, a cidade não possuía eletricidade nem tampouco, provavelmente, era abastecida por gás.



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