quinta-feira, 28 de maio de 2015

Um Passeio por Belmonte - Uma Cidade ao Sul de Canavieiras

Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Padroeira
 de Belmonte - Foto de Regis Silbar 


Belmonte é uma pequena e pacata cidade, parada no tempo, ao sul de Canavieiras. Para se chegar até ela, a partir de Canavieiras, é muito fácil, basta ir até ao cais do porto e pegar uma barca que faça este trajeto, já que o mesmo é regular e feito por inúmeras embarcações.

Mas, se pretende ir de carro, estando em Canavieiras, desista, porque não existe serviço de balsa apto a transportar carros de uma cidade para outra e, por estrada, a distância de aproximadamente vinte quilômetros se transforma em quase trezentos quilômetros. Portanto, a melhor forma de se chegar até lá é através das barcas que prestam este serviço partindo do cais do porto.

Belo Coreto em Praça de Belmonte - Foto de
Regis Silbar


Belmonte é uma cidade simpática, que já viveu dias melhores quando o cacau reinava na economia da região e os coronéis do cacau também reinavam na cidade mas, agora, os tempos são outros e a cidade precisa lutar para sobreviver.

Embora a cidade não tenha um sítio histórico bem definido, muitas construções guardam o "glamour" de um passado não tão distante assim, mas que agora mostram, detalhadamente, o que a cidade foi em seus melhores dias.



Chafariz do Século XVIII, Fabricado em Glasgow,
 na  Escócia,  e  Atualmente Exposto em uma Praça
 no Centro de Belmonte - Foto de Regis Silbar

Entre as preciosidades que podemos visitar está a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade, próximo à margem do Rio Jequitinhonha. Esta Igreja tem uma história bem peculiar: ela quase foi levada pelo rio, em uma grande enchente. A igreja ficou, mas o seu altar-mor foi levado pelas águas barrentas do rio.

Outra preciosidade é o farol de ferro fundido que domina a paisagem de Belmonte. Ele foi encomendado à França em 1892 e montado, na margem direita do Rio Jequitinhonha em 1901. Ele foi fabricado pela mesma empresa que fez a Torre Eiffel.




Farol de Belmonte - Encomendado em 1892 e 
Montado em 1901 na Margem Direita do Rio 
Jequitinhonha - Foto de Regis Silbar

Também merece uma visita o chafariz de ferro fundido do século XVIII, situado na Praça da Bandeira. Ele foi fabricado em Glasgow, na Escócia - Reino Unido - e é um dos principais pontos turísticos da cidade, quer pela sua beleza, quer pela sua antiguidade.

A cidade também apresenta alguns coretos que enfeitam suas praças. Vale a pena conferi-los, já que a arquitetura deles são bem representativos da época em que as cidades ostentavam tais monumentos, muito raros hoje em dia.



Ruínas do Hotel São Jorge, na Avenida em Frente
 ao  Rio  Jequitinhonha - Belmonte-BA - Foto  de
Regis Silbar
      
O casario antigo de Belmonte, embora não reunidos em um só lugar, são bem bonitos e representam bem a época em que foram construídos. Alguns são muito bonitos e bem conservados, outros estão em ruínas, como o antigo Hotel São Jorge que, embora em ruínas é a construção mais bonita da cidade.

Quando você for a Canavieiras, não deixe de visitar Belmonte, é um belo passeio, com uma paisagem deslumbrante, tanto na ida como na volta, envolvendo canais, águas, manguezais, aves, embarcações e muita natureza. Este conselho você deve seguir e boa viagem.



Lyra Popular de Belmonte - Belíssima Construção
 no Centro da Cidade - Foto de Regis Silbar 




Chegando à Belmonte - Cidade ao Sul de Canavieiras

Rio  Jequitinhonha  com  a  Pequena  Cidade  
de  Belmonte  ao Fundo - Foto de Regis Silbar 


Quem se chega a Belmonte vindo de Canavieiras pelos canais fluviais que ligam as duas cidades, a primeira imagem que aparece são as das três grandes antenas telefônicas que se destacam, subindo muito além do horizonte e que são as mais altas edificações da cidade.

Mas, quando já estamos no meio do Rio Jequitinhonha, o rio que banha a cidade de Belmonte, já podemos ver as pequenas casas que ficam próximas ao cais do porto e que já indicam a simplicidade da cidade, mas vale a pena chegar até lá.


 
Antenas  Telefônicas  na  Cidade  de  Belmonte 
 Vistas a Partir do  Rio Jequitinhonha - Foto de 
Regis Silbar


O Rio Jequitinhonha, que banha Belmonte, é um grande rio, que durante os seus períodos de cheia, ameaça, com firmeza, a cidade, deixando a sua população temerosa com as consequências que, em algumas ocasiões, se torna realidade.

Mas, para nós, turistas, o que vale mesmo é apreciar a grandeza do rio, a sua beleza e os seus pormenores, que às vezes passam despercebidos mesmo para as pessoas mais atentas. Quando nos aproximamos ainda mais da margem do rio, a cidade fica mais perto e já podemos perceber a sua movimentação.  


Casario da Cidade de Belmonte a Visto a Partir
  do  Rio Jequitinhonha - Foto de Regis Silbar

No porto em si, podemos ver que o número de embarcações ali ancoradas não é grande, o que significa que a cidade é um lugar pacato, parado no tempo, e que guarda, quase sem ser mexido, as relíquias de seu passado que, mesmo sendo poucas, vale a pena conhecer.

Na hora do desembarque, temos que ter cuidado, porque temos que enfrentar diretamente o rio, pois não há trapiches ou lugares especiais para desembarcar mas, mesmo assim é hora de prepararmos a máquina fotográfica para documentar a nossa vissita à cidade. 


Porto da Cidade de Belmonte no  Rio
 Jequitinhonha
 - Foto de Regis Silbar





quarta-feira, 27 de maio de 2015

Uma Maravilhosa Viagem Pelos Canais que Ligam Canavieiras à Belmonte


Manguezal Entre os Canais que Ligam Canavieiras
 à Belmonte - Foto de Regis Silbar


Uma das viagens de barco mais maravilhosas que podemos fazer está no sul do Estado da Bahia, entre as cidades de Canavieiras e Belmonte, a primeira na Costa do Cacau e a outra na Costa do Descobrimento.

Os barcos partem quando a maré está enchendo, evitando assim, os bancos de areia que pontilham os pequenos canais em que os barcos deslizam para chegar à outra cidade, as duas muito próximas uma da outra.    


Manguezal Entre os Canais que Ligam Canavieiras
 à Belmonte - Foto de Regis Silbar


A viagem dura um pouco mais de uma hora, mas pode demorar um pouco mais, de acordo com as condições climáticas do momento, mas se o barco for fretado e com o preço combinado, pode demorar o tempo que o cliente desejar, já que a paisagem é maravilhosa e o tempo passa rápido demais.

Se o tempo estiver firme, com o sol forte, como quase sempre acontece, é aconselhavel levar um chapéu e usar um bloqueador solar, já que o sol é impiedoso durante a viagem. É necessário sempre levar, no mínimo, um litro de água por pessoa.


Canal Entre Canavieiras e Belmonte Ladeado 
por Manguezais - Foto de Regis Silbar


Se viagem começar por Canavieiras, como é mais recomendável, pois a cidade oferece um suporte turístico bem maior do que Belmonte, o ponto de embarque é no Cais do Porto, mais precisamente entre os casarões em ruínas do cais e a Ponte do Lloyd, ambos ícones do turismo em nossa cidade.

Os barcos ficam ali estacionados e a viagem pode ser em barco de transporte coletivo, cuja passagem tem o preço bastante razoável, que cabe em qualquer orçamento, pois se destinam, principalmente, ao transporte de passageiros entre as cidades ou pode ser através de fretamento de um desses mesmos barcos, com o preço combinado. 


Canal Ladeado por Manguezais entre as cidades 
de Canavieiras e Belmonte - Foto de Regis Silbar 


A  viagem em si é maravilhosa,  com trechos em que os canais apresentam águas com tonalidades negras, amarelas, azuis ou pardas, com peixes, se tiver sorte, pulando na água, mostrando o ar de sua graça e com os pássaros de diversas espécies voando pelas margens e pousando na exuberante vegetação.

Durante a viagem, em trechos, a vegetação é tão baixa que os galhos balançam sobre as cabeças dos passageiros e em outros, temos que abaixar a cabeça para os que galhos não a toquem. É tudo muito belo, é fantástico. É emocionante demais.  


Canal Entre Canavieiras e Belmonte, Margeado 
por   um   Belo  Manguezal  e  um  Areal   com 
Vegetação  Típica  de  Restinga  - Foto de Regis
 Silbar



Para chegarmos à cidade de Belmonte, temos que atravessar um caudaloso rio, o Rio Jequitinhonha, que a banha. O seu porto é bem mais simples que o porto de Canavieiras, mas a cidade, até hoje parada no tempo, oferece belas construções para serem admiradas e uma bela praia para se banhar.

Quando for a Canavieiras, não deixe, em hipótese alguma, de fazer esta viagem, pois você se lembrará dela para toda a vida. Também, não esqueça de levar a sua máquina fotográfica e a sua filmadora, pois você terá muito trabalho em documentar esta bela viagem.  


Casebre às Margens de Um dos Canais que Ligam
 Canavieiras à Belmonte - Foto de Regis Silbar




domingo, 17 de maio de 2015

De Armazém do Cais do Porto a Ginásio Poliesportivo de Canavieiras

Quadra   Poliesportiva  de  Canavieiras   -   Antigo
  Armazém de Estocagem de Cacau para Exportação
 pelo Cais do Porto - Foto de Regis Silbar 


Ainda existe, em Canavieiras, um grande armazém que faz parte da história da cidade, pois era nele, que eram depositados montanhas de sacos de bagas secas e torradas de cacau, prontas para serem exportadas para os grandes centros mundiais de consumo.

Este armazém é uma relíquia dos dias de glória da cidade, quando grandes cargueiros entravam no Rio Pardo em direção ao Porto Grande, onde ancoravam, para serem carregados com os saborosos grãos que giravam a economia da cidade e enriquecia Salvador - a capital do estado - para onde o dinheiro era drenado.

O grande armazém, atual quadra poliesportiva, está localizado no Centro Histórico da cidade, bem em frente à Ponte do Lloyd, o que facilitava o embarque do cacau para os navios ancorados nos diversos atracadouros localizados às margens do Rio Pardo.      
    


Interior  da  Quadra  Poliesportiva  de   Canavieiras
  -  Antigo  Armazém  de  Estocagem  de  Cacau  para
 Exportação pelo Caisdo Porto - Foto de Regis Silbar 


Nestes tempos ainda não existia o hotel, hoje desativado, em frente à Ponte do Lloyd, o que permitia a livre passagem dos estivadores do armazém até os locais de embarque do cacau, já que o mesmo era provido de portas laterais, facilitando o embarque da preciosa mercadoria.      

Com o tempo, o cacau deixou de ser a principal fonte de riqueza da cidade e da região, pois uma doença causada por um fungo, a Vassoura de Bruxa, dizimou as plantações e arruinou a economia da cidade, então baseada unicamente na lavoura do cacau.

Também, com a abertura de estradas, o Porto Grande, que movimentava a cidade de Canavieiras, deixou de receber os navios cargueiros para o transporte dos grãos de cacau e o grande armazém, onde os sacos de cacau eram depositados para embarque, ficou abandonado e sem serventia.     


Antiga  Foto  Aérea de  Parte  da   Cidade de 
Canavieiras, com oArmazém  de  Estocagem
  de  Cacau Para  Exportação na  Parte Inferior  
do   Lado Direito,   em   Frente  à  Ponte  do  
Lloyd - Foto de Autor Desconhecido


O armazém, uma das construções históricas da cidade, que nos remete ao tempo do movimentado Porto de Canavieiras, foi, enfim, transformado em um lugar, onde a juventude pôde por em prática, o sonho de se transformar em atleta, dando, novamente, vida, àquele lugar que tanto fez pela cidade no passado.

Hoje, o antigo armazém é a quadra poliesportiva da cidade, onde são realizados torneios esportivos de várias modalidades e algumas festividades e solenidades onde o povo canavieirense pode exercer a sua cidadania.

Quando você visitar Canavieiras, não deixe de conhecer o prédio onde durante muitos anos funcionou o grande armazém onde era estocado o cacau para exportação. Visite Canavieiras a Princesinha do Sul.   



sexta-feira, 1 de maio de 2015

Casa Natal - Uma Antiga e Extinta Casa Comercial de Canavieiras

Casa Natal  em  Uma Esquina  da Rua  da  Jaqueira,
 Atual  Barão de  Cotegipe  em   Canavieiras-BA em 
Meados do Século XX - Foto Garimpada na Internet


A Casa Natal foi uma antiga casa de comércio onde era vendido móveis e outros utensílios domésticos na cidade de Canavieiras, no sul do Estado da Bahia, durante um longo período, compreendido entre meados do século vinte até quase as suas últimas décadas.

Por ser uma das principais casas do gênero na cidade de Canavieiras, ela faz parte de sua história, pois durante muito tempo atendeu aos desejos de sua população em seus sonhos de consumo, atendendo desde as pessoas mais humildes, que para comprar alguma coisa, gastava todas as economias de uma vida até os mais ricos e poderosos coronéis do cacau, que primavam em mobiliar as residências com os móveis mais requintados do mercado.    


Antigo Endereço da Casa Natal no Cais do Porto,
 Centro  Histórico,  em  Canavieiras-BA - Foto de 
Sabino Primitivo - Ano de 1990 ou 1991


Um dos seus endereços foi o Cais do Porto de Canavieiras, então, na época,  o grande centro comercial da cidade, lugar onde corria o dinheiro e eram realizadas todas as transações que envolviam o valioso cacau, que era exportado para a Europa e os Estados Unidos.

O outro endereço onde a Casa Natal funcionou foi a Rua da Jaqueira, que na época era uma rua de uma fama duvidosa, onde as mulheres de vida fácil frequentava e, por isso, segundo conta a lenda, eram alugadas, para as damas de outras cidades, as famosas Camas Patentes, para que as mesmas pudessem exercer a sua nobre profissão durantes as grandes festas que aconteciam na cidade.        


Prédio  onde  Funcionou  a  Casa Natal  no Centro 
Histórico de Canavieras-BA - Foto de Regis Silbar