quinta-feira, 28 de julho de 2011

Iemanjá Protege o Porto de Canavieiras

Iemanjá no Porto de Canavieiras em 02-02-2011, 
Quando Foi Comemorado a Sua Data Festiva - 
Foto de Regis Silbar


A estátua de Iemanjá é um dos símbolos do Porto de Canavieiras, onde está erguida em uma minúscula ilha artificial no Rio Pardo, bem próxima às margens, de onde os turistas a visualizam e a fotografam para os seus álbuns de recordações.

Canavieiras tem muito a ver com Iemanjá, pois as duas foram, na mesma ocasião, cenários da novela Porto dos Milagres, filmada em 2001 pela Rede Globo de Televisão, que alcançou altos índices de audiência em todo o Brasil e projetou Canavieiras no cenário nacional.

A estátua é muito vistosa, colorida e chama a atenção de qualquer um que passe pelo cais do porto de Canavieiras. A estátua está constantemente florida, provando assim, que ela é bem aceita por grande parte da população canavieirense.

Além disto, ela proteja os pescadores que partem para o alto mar, já que ela é, no sincretismo religioso, a Nossa Senhora dos Navegantes da Igreja Católica.


Imagem de Iemanjá no Rio Pardo, em Canavieiras
 - Foto de Regis Silbar em 02-02-2011, Dia de Sua
 Festividade

  

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ilhéus, um Exemplo a Não Ser Seguido por Canavieiras

A Estátua de Sapho em Ilhéus Emoldurada por Belos
 Casarios  Antigos  na  Primeira  Metade  do  Século 
Passado - Foto de Autor Desconhecido


Em Ilhéus, na Praça J.J.Seabra, nada mais é como antigamente, só sobrou a estátua de Sapho e o Prédio da Prefeitura. O belo casario que existia no século passado não existe mais, foi tudo destruído em nome do progresso. Mas não houve progresso, o que houve foi uma catástrofe com a memória da cidade.

Na primeira metade do século passado Ilhéus era uma cidade cativante, com uma arquitetura típica da fase áurea do cacau, como em quase todo o sul da Bahia. A cidade era bonita, cheia de jardins, se embelezava com estátuas e outros monumentos, tais como a estátua de Sapho, toda em mármore de Carrara, comprada pelo Intendente Mário Pessoa em 1924, em um leilão ocorrido em um navio. Entre as várias estátuas existentes ele escolheu a de Sapho, não pelo o que ela representava, mas pela sua beleza.

Em toda cidade civilizada, o passado é preservado, principalmente quando o passado merece ser preservado. Em Ilhéus as belas construções mereciam ser preservadas, mas não foram.

Imagine Roma demolindo o Coliseu porque é uma ruína antiga sem serventia nenhuma. Atenas demolindo o Partenon pelo o mesmo motivo. Paris demolindo o Arco do Triunfo porque está no meio da praça atravancando o trânsito. Não podemos nem imaginar isto ocorrendo. Mas ocorreu e ainda está ocorrendo em Ilhéus, inclusive quando reformaram o teatro próximo à Catedral, que o deixaram muito longe de suas características originais.

Canavieiras, ainda com muitos monumentos arquitetônicos preservados, não deve seguir o exemplo de Ilhéus, que não soube preservar o seu passado  para iluminar o seu futuro.


A Estátua de Sapho, nos Dias Atuais, sem a Moldura
 dos 
Belos Edifícios que a Embelezavam

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O Caranguejo-Fantasma nas Praias de Canavieiras

Caranguejo-Fantasma - Ocypode Albicans - Também
 Conhecido por Maria-Farinha na Praia da Costa em
 Canavieiras - Foto de Regis Silbar 


Nas praias de Canavieiras existe um pequeno caranguejo muito branco que é conhecido por Caranguejo-Fantasma ou Maria-Farinha, mas o seu nome científico é "Ocypode Albicans". Ele vive nas areias secas da praia, bem acima da linha da maré e também nas areias da vegetação praiana.

A sua alimentação é à base de matéria orgânica em decomposição, mas a sua comida preferida são os ovos de tartaruga, não dispensando, o seu principal petisco, que são os pequenos filhotes do referido quelônio.

Eles são muito espertos e fogem quando da aproximação de pessoas e de animais, indo para as suas tocas, que podem chegar, em alguns casos, a até dois metros de profundidade, com diversas galerias e várias saídas.

Eles vivem do sul dos Estados Unidos até o sul do Brasil, portando vivem apenas em zonas quentes, não gostando de climas mais amenos. Quando está frio, ele fica no sol se esquentado e, quando muito quente, ele fica na sua toca.

Para que ele seja visto nas praias de Canavieiras, não é preciso muito esforço, basta caminhar próximo à vegetação e olhar, com atenção, para as tocas ou para as suas proximidades e, com certeza, sem precisar de muita sorte, você poderá admirar vários exemplares.

Também no Rio Pardo, próximo à Ponte do Lloyd, em um ângulo existente no muro do cais, onde há um pequeno depósito de areia branca e fina, os caranguejos-fantasmas fixaram residência, como podemos ver pela quantidade de tocas. Se observarmos, durante o dia, por alguns momentos, quase com certeza eles aparecerão.

Canavieiras ainda é um paraíso da diversidade biológica em sua região de restinga, mas não sabemos até quando, haja visto a destruição dos "habitats" dos animais com a remoção da vegetação praiana.      

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Favelização da Praia da Costa com a Concordância da Prefeitura de Canavieiras






Construção Típica das Favelas Cariocas e 
Paulistas na Praia da Costa em Canavieiras
 - Foto de Regis Silbar

A Praia da Costa, em Canavieiras, um dos mais bonitos e representativos Cartões Postais da cidade, vive em um estado lastimável de abandono pela Prefeitura, já que ela não exerce o seu poder de fiscalização para impedir a construção de habitações e biroscas em cima da areia da praia. Essas construções, além de ser irregulares, já que estão construídas no lugar onde deveria estar a vegetação praiana, elas são de extremo mau gosto, já que algumas são construções típicas de favela.

É um absurdo que a Prefeitura não dê a mínima para um dos lugares mais bonitos da cidade, já que a Praia da Costa é a praia preferida pela população local e também pelos turistas que ainda se encantam pelas belezas naturais da cidade. 

O que a Prefeitura vem fazendo, com a sua falta de iniciativa, é uma afronta ao povo canavieirense e aos donos de hotéis e pousadas da Praia da Costa, que pagam os seus impostos em dia e querem ter, em contrapartida, uma boa administração. Mas, o zelo pela coisa pública não vem ocorrendo, já que a praia é dos espertos, com a complacência da Prefeitura e a conivência da Câmara Municipal, que só se preocupa em dar título de Cidadão Canavieirense aos amigos.

Praias que despertam o desejo dos turistas, Canavieiras ainda tem, mas se não tiver, devido à falta de sensibilidade da Prefeitura, os turistas poderão procurar outras praias em outras cidades e Canavieiras, que se diz predestinada ao turismo, morrerá antes de chegar à praia.

A nossa revolta não é contra o prefeito da vez, mas contra os prefeitos que passaram por lá, independentemente de nome ou partido político, já que consentiram que a Praia da Costa se tornasse terra de ninguém. 

Birosca com Cobertura de Lona na Praia da 
Costa em Canavieiras -Foto de Regis Silbar
                           .

terça-feira, 12 de julho de 2011

A Festa de São Boaventura em Canavieiras

São  Boaventura,  Padroeiro  de  Canavieiras,  em  Sua 
Igreja no Dia de Sua Festa em Algum Ano da Primeira
 Metade do Século Passado - Foto de Autor Desconhecido 


Giovanni Fidanza, foi o verdadeiro nome de São Boaventura, padroeiro de Canavieiras. Ele nasceu em Bagnoregio, no centro da península italiana em 1221 e morreu em 1274. Pertenceu à Ordem dos Frades Menores e foi cardeal de Albano, sendo canonizado em 1482, quando foi declarado doutor da igreja, com o título de Doutor Seráfico.

Desde os primórdios de sua existência, Canavieiras o têm como padroeiro, devido ao fato de sua imagem ter sido encontrada quando o povoado ainda estava em sua fase inicial. Nesta ocasião o núcleo populacional estava localizado no Puxim, sendo depois transferido para a Ilha de Canavieiras.

A sua festa é comemorada no dia 14 de julho e neste dia há grandes festividades na igreja, com uma grande  procissão pelas principais ruas da cidade e outros festejos na Praça de São Boaventura, com a participação de milhares de pessoas. O ponto alto da festa é a missa solene em homenagem ao padroeiro.

A parte profana da festa é composta por desfiles e "shows" de cantores e bandas musicais que empolgam o público constituído de nativos e turistas. Todos ficam encantados.

sábado, 9 de julho de 2011

A Lenda da Longa Caminhada de São Boaventura do Poxim até Canavieiras

São Boaventura, Padroeiro de Canavieiras - Foto de 
Cartão Postal


Quando os primeiros moradores do Puxim encontraram a imagem de São Boaventura, trataram de erigir uma capela para que os devotos pudessem prestar as suas homenagens ao santo que se tornou padroeiro da comunidade. São Boaventura ficou na capela durante algum tempo até que a maior parte das pessoas estabelecidas na comunidade se mudassem para a Ilha de Canavieiras, por razões de segurança, devido aos frequentes ataques dos índios e se fixaram às margens do Rio Pardo, bem no lugar onde ele se encontra com as águas do Rio Patipe.

Após a mudança, os moradores da nova vila sentiram a necessidade de erguer uma outra capela, para que o padroeiro, São Boaventura, pudesse ser transferido. Assim foi feito, e a nova capela foi erguida e São Boaventura transferido da capela do Puxim para a Vila de Canavieiras, ficando todos satisfeitos com a transferência, menos o santo.

Reza a lenda, que toda vez que São Boaventura era trazido para a capela da Vila de Canavieiras, ele voltava, andando, pelas areias da praia, ficando os pequenos pés do santo impressos nas areias. Isto aconteceu muitas vezes e, toda a vez que acontecia ele era novamente trazido de volta para a Vila de Canavieiras.

Hoje, São Boaventura reina, soberano, em uma bela igreja que foi especialmente construída para ele, tão bela que é uma das Sete Maravilhas de Canavieiras.


São Boaventura, Padroeiro de Canavieiras - Foto de Cartão Postal




sexta-feira, 8 de julho de 2011

A Festa da Lavagem da Escadaria da Igreja de São Boaventura em Canavieiras

Uma das Primeiras Lavagens das Escadarias da 
Igreja de São Boaventura em Canavieiras-BA - 
Foto de Cartão Postal


A Festa da Lavagem das Escadarias da Igreja de São Boaventura, em Canavieiras, embora já tradicional, é relativamente recente, pois as primeiras começaram a ser feitas a partir de meados da segunda metade do século passado. Nas primeiras lavagens quase não haviam participantes e o público era restrito a poucas pessoas.

Atualmente ela já ocupa um lugar de destaque no calendário das festividades de Canavieiras, pois além de vencer o preconceito que existia contra ela na sua fase inicial ainda dá, de quebra, uma agitada no turismo da cidade, promovendo a ocupação de hotéis e pousadas e, consequentemente também ajudando o comércio, dando emprego a muitos canavieirenses.

O que não é legal na festa é a grande participação de políticos, inclusive os vindos de Salvador e de cidades vizinhas, as ditas autoridades, ou melhor ainda, "otoridades". Se São Boaventura ainda fosse vivo, ele não aprovaria que esse pessoal fizesse a festa na sua festa.

As Ruas Pavimentadas com Piaçava em Canavieiras

Piaçaveiro - Attalea Funifera - Outrora 
Uma das Riquezas de Canavieiras 


Até meados do século passado, era comum, em Canavieiras, o uso de uma pavimentação rudimentar, à base de fibras da palmeira "Attalea Funifera", a nossa conhecida piaçava, que eram e ainda são usadas para a confecção de vassouras e outros apetrechos de uso doméstico e industrial . 

Essa pavimentação, consistia no espalhamento dos fardos de fibras longas da palmeira sobre o areial que até então tomava conta de quase todas as ruas da cidade. Embora rudimentar, ela servia, principalmente, para evitar que os poucos carros que transitavam pela cidade atolassem nas areias de seus logradouros.

As fibras da piaçaveira, cumpriram o seu papel, pois elas realmente evitavam, de maneira muito segura, que qualquer carro atolasse, pois quando elas eram jogadas na rua, se trançavam, formando uma malha que não deixava os pneus do carro entrarem em contato direto com a areia.

É claro que as fibras de piaçava não eram jogadas por toda a cidade, mas apenas em alguns trechos mais movimentados das ruas de areia, porque em outras partes da cidade, as ruas eram cobertas por capim-de-corda, também chamado de capim-cipó, que desempenhava o mesmo papel, pois impedia o contato dos pneus dos carros com a areia.

Muita gente ainda se lembra desta parte da história da cidade e a importância que a piaçava exerceu, ao  impedir o atolamento dos carros nas areias brancas e finas que atualmente ficam sob o calçamento das ruas da cidade.

Fardos de Fibras Muito Longas de Piaçava , 
sem   Cortes,   Iguais   às    Que    Um    Dia  
Pavimentaram  Canavieiras  em  Meados  do
 Século Passado