quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Os Diamantes nas Terras de Aluvião da Foz do Rio Pardo em Canavieiras


Lavra de Diamantes no Rio Salobro, em terras
pertencentes ao Município de Canavieiras nos
Séculos XIX e XX - Foto Colorizada por Regis
 Silbar


Todo mundo sabe que Canavieiras, no sul do Estado da Bahia, já foi, no passado, um grande produtor de diamantes, provindos, principalmente do Rio Salobro, um pequeno afluente do Rio Pardo.

Tudo começou no final do Século XIX, quando os primeiros diamantes foram descobertos e provocou uma corrida de garimpeiros para a região, a procura de uma maneira rápida de fazer fortuna, alguns conseguiram, mas a maioria não. Mas isto é comum em todos os garimpos e também foi comum em Canavieiras.

No final do século XIX a cidade de Canavieiras ainda era tímida e acanhada, mas com o dinheiro dos diamantes, a cidade se modernizou, construiu os prédios históricos do Cais do Porto, o belo prédio da Intendência Municipal, hoje prefeitura e a Cadeia Pública, hoje Biblioteca Municipal.

Foi contratado um arquiteto para planejar na prancheta as largas ruas da cidade e os casarões dos coronéis do cacau começaram a despontar por toda a cidade.

O garimpo andava a todo vapor, pedras e mais pedras eram encontradas, quase todas elas com tamanhos de até um quilate, porém, foram encontradas pedras com que variavam  entre quatro e sete quilates.

Um grande diferencial dos diamantes da região do Rio Salobro, em Canavieiras, eram as cores das gemas encontradas, que variavam, em sua coloração, do amarelo ao azul, do champanhe ao marrom passando pelo vermelho e tinham alto valor comercial por sua beleza.

Os diamantes eram fáceis de serem garimpados quando eram encontrados no Rio Salobro, que era, e ainda continua ser, um rio pouco caudaloso e que, com a batela, era fácil ir até o fundo do leito do rio e enchê-la com cascalhos, para depois, procurar os diamantes até encontrar algum.

E depois que os diamantes passam pelo Rio Salobro carregados pela correnteza, para onde eles vão? Ora, eles vão para o Rio Pardo, um rio muito mais largo e profundo, onde o garimpo, feito pelas maneiras tradicionais, se torna muito mais complexo, dificultando, assim, a sua mineração.

Já no Rio Pardo, os diamantes são levados pela correnteza, junto com as terras de aluvião, até a sua foz, onde por sua vez, são levados até mais um pouco adiante, se depositando na plataforma continental, próximo à Praia da Costa, onde, esporadicamete, são levados até às areias da praia, junto à linha de arrebentação.

Isto não é segredo para ninguém, tanto assim que a J. Mendo, através do contrato nº 48000.003155/2007-17, fez com o Ministério de Minas se Energia para o Desenvolvimento  de Estudos para Elaboração do Plano Duodecenal (2010-2030) de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, um plano de estudo para futura exploração.

Há alguns anos, andando pela Praia da Costa, me deparei com algumas pedras pequenas, parecendo pedaços de vidro meio amarelados, que me chamaram bastante a atenção e, por isso, as apanhei e guardei e, depois de algum tempo, conversando com uma pessoa que entendia de pedras, fiquei sabendo que eram pequenos diamantes brutos. As pedras estavam a pouca distância uma das outras.

Foi isso que me levou a pesquisar e escrever este artigo, pois é difícil imaginar que diamantes estariam esperando serem recolhidos à beira da praia. 



       



  

Nenhum comentário:

Postar um comentário