quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O Portal da Cidade de Canavieiras

Esboço do Portal que Deverá Ser Construído 
em Canavieiras

Canavieiras, em breve, ganhará, na entrada da cidade, um portal de extremo mau gosto que, ao invés de embelezar a entrada da cidade com a imagem de dois singelos animais nativos, estará poluindo visualmente o ambiente.

Isto não significa que os animais não devam fazer parte da composição do portal, mas sim participarem de uma forma mais elegante, com desenhos que se harmonizem entre si, formando uma única entidade visual conjuntamente com a paisagem.

O portal mais parece uma trave onde eram, antigamente, enforcadas as bruxas e piratas, tais como visto no filme "Os Piratas do Caribe". Quem projetou este portal não tem o mínimo de senso de estética e, por isto, deveria dar uma olhadela nos portais de outras cidades, muitas deles simples mas de muito bom gosto.

Esperamos que tenham bom senso e modifiquem o portal para que fique mais harmonioso e não seja alvo de piadas das cidades vizinhas ou dos próprios habitantes da cidade.

O monumento ao caranguejo, na Ilha de Atalaia, é um exemplo de bom gosto e, por isso, é muito fotografado pelos turistas. O portal da cidade também deveria ter esse objetivo: ser bonito, harmonioso e fotografado por todos.

Forca do Filme "Piratas do Caribe 3" 
Semelhante ao Futuro Portal da Cidade 
de Canavieiras

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Navio no Porto de Canavieiras - Foto Aérea Colorida

Navio no Porto de Canavieiras - Detalhe de Uma 
Foto Maior   


Esta foto aérea deve ser, mais provavelmente, da segunda metade da década de sessenta ou, menos provavelmente, do início da década de setenta do século passado e, por um acaso, teve a sorte de documentar, em cores, um navio ancorado no Porto de Canavieiras.

Pelo localização do navio, entre a Ponte do Lloyd e a Praça da Cesta, ele deveria pertencer à Companhia Bahiana de Navegação por está ancorado na antiga Ponte da Bahiana - ponte era o nome dado aos trapiches onde eram ancorados os navios no Porto de Canavieiras. A Ponte da Bahiana foi demolida quando da restauração do casario histórico do Cais do Porto.

Esta foto com um navio ancorado no Cais do Porto é a única colorida que conhecemos, o que foi um grande acontecimento, pois a intenção original do fotógrafo não era fotografar o navio, mas sim o Centro Histórico da Cidade, o navio foi apenas um detalhe não intencional mas, no entanto, foi mais do que um presente para a memória da cidade.


Navio no Porto de Canavieiras - Foto Aérea 
Colorida


sábado, 10 de dezembro de 2016

Manuscrito do Século XIX Deixado por Bernardino de Lyro Barbosa - Poeta de Canavieiras

Este manuscrito de Registro Familiar, em quatro páginas, foi escrito no século XIX por Bernardino de Lyro Barbosa, poeta de Canavieiras. Além dos dotes poéticos ele foi professor e guarda-livros (contador/escriturista) da Intendência Municipal (prefeitura).


Página 1 do Manuscrito de Registro Familiar de
Bernardino de Lyro Barbosa - Poeta de Canavieiras


Página 2 do Manuscrito de Registro Familiar de
Bernardino de Lyro Barbosa - Poeta de Canavieiras


Página 3 do Manuscrito de Registro Familiar de
Bernardino de Lyro Barbosa - Poeta de Canavieiras


Página 4 do Manuscrito de Registro Familiar de
Bernardino de Lyro Barbosa - Poeta de Canavieiras




quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Bahia Foot-Ball Club - Talvez o Primeiro Clube de Fubebol de Canavieiras

Bahia Foot-Ball Club de Canavieiras - Foto de 19l0
 - O Malho


Canavieiras já teve um bom time de futebol no início do século XX, que talvez até tenha sido o primeiro ou um dos primeiros times de futebol da cidade, que foi até alvo de uma reportagem do jornal O Malho, um dos mais importantes da época, que mais tarde se transformou de jornal em revista satírica.

Este time foi vencedor de algum campeonato que foi disputado em 1910 e, por isso, está ostentando, na foto, em suas camisas, as medalhas de prata que foram conquistadas.

Como podemos observar, a peça mais exótica do uniforme do time são os bonés que, hoje em dia não é mais usado por time nenhum, contudo, as bermudas que usam estariam em moda hoje em dia, já que não são largas e estão abaixo do joelho.

As camisas são de mangas compridas, que hoje só são usadas em regiões mais frias e que, na época, era usada no Brasil só para imitar os times europeus, principalmente os ingleses, localizados em uma região muito fria.

Ao lado, de terno, está a figura do juiz, que na época era chamado pela palavra inglesa "referee". Também, naquela época e até meados dos anos sessenta do século passado, lateral se chamava "offside", escanteio era "corner" falta era "foul", pênalti era "penalty" e assim por diante, tudo era em inglês.


sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A Beleza da Antiga Cadeia Pública de Canavieiras

Cadeia Pública Municipal em 1990 - Foto de Regis
 Silbar


A beleza da arquitetura simples e despojada da Cadeia Pública de Canavieiras, situada na Praça da Bandeira, no Centro Histórico da cidade, é comparável a sua importância para a cidade, já que ela foi arquitetada para se harmonizar com a Prefeitura Municipal, que também estava sendo construída nos anos finais do século XIX, o século de ouro da cidade.

Durante toda a sua existência, o prédio, monumental, embelezou a Praça da Bandeira, servindo de presídio para os maus elementos que toda a sociedade tem. Quem passava em frente ao presídio, podia ver os prisioneiros vendo o tempo passar, às vezes sentados na soleira da janela.

O tempo passou, o prédio continua com a sua arquitetura simples e despojada e com a sua beleza cada vez mais radiante, contudo, a sua função mudou, e para muito melhor, o prédio agora abriga a Biblioteca Municipal, permitindo que todos tenham acesso às mais diversas publicações sem nada pagar.

Se você tiver algum livro e não o deseje mais, faça uma doação à biblioteca. A cidade agradece e nós também.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A Foz do Rio Pardo em Canavieiras

Foz do Rio Pardo com a Ilha de Atalaia em Segundo
 Plano e a Ilha de Canavieiras, com a Cidade, ao Fundo



A foz do Rio Pardo, um dos muitos rios que nascem em Minas Gerais e desaguam no Oceano Atlântico, fica ao sul da Ilha de Atalaia, uma das muitas ilhas que formam a cidade de Canavieiras, a Princesinha do Sul e uma das mais lindas cidades da Costa do Cacau.

Depois de percorrer muitos quilômetros e antes de desaguar no Oceano Atlântico, o Rio Pardo, em Canavieiras, é margeado por fazendas de Cacau, uma das riquezas que fizeram a cidade prosperar e ser uma das mais ricas do Estado da Bahia nos séculos XIX e XX, face às exportações do produto para os mercados mundiais.

A foz do Rio Pardo é muito movimentada, com embarcações transitando por suas águas rumo à cidade de Belmonte, que é ligada à Canavieiras através de uma hidrovia ladeada por ilhas paradisíacas onde a natureza ainda permanece virgem, aguardando todos que a desejam conhecê-la.

A foz do Rio Pardo é um lugar mágico onde a beleza de suas areias brancas mudam constantemente de lugar enquanto as águas do rio se misturam com as águas do Oceano Atlântico, dando aquele toque de magia que só os lugares abençoados por Deus podem ter.


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Professora Florinda Ribeiro Barbosa - A Grande Educadora de Canavieiras

Professora Florinda Ribeiro Barbosa
 com a Indumentária de Formatura em
em 1938


A professora Florinda Ribeiro Barbosa, mais conhecida, em Canavieiras, como Professora Filuzinha ou simplesmente Filu, como era chamada pelos mais íntimos, foi uma professora, formada em Ilhéus, que amava a sua profissão e a sua cidade natal.

Em 1960 ela participou de um concurso público para a função de professora em Brasília que, na época, ainda não era a capital do Brasil. Ela passou em um dos primeiros lugares (página 15 do 1º caderno do Correio da Manhã de 14-02-1960) para exercer a função, mas ela desistiu da posse por amor à sua Canavieiras, embora o salário fosse muito maior e, além de tudo, ainda lhe seria cedido um apartamento funcional mobiliado de forma gratuita, para que ela pudesse se transferir para a futura capital.

Em Canavieiras, ela exercia a função de professora primária municipal e, além deste encargo, ela possuía uma das melhores e mais gabaritadas escolas da cidade: o Educandário São Boaventura, que funcionava na Rua do Brejo, em um lugar com um imenso terreno que dava os fundos para a Rua da Jaqueira e na frente funcionava um cartório, onde trabalhava o Sr. Joel das Neves.

A escola, além de receber os filhos dos mais ricos e abastados fazendeiros e comerciantes de Canavieiras, distribuía bolsas de estudos para os estudantes carentes que fossem aplicados e demonstrassem força de vontade nos estudos. Isto tudo numa época em que as escolas não recebiam benefícios do governo para a distribuição destes benefícios. Tudo era por sua própria conta.

Mas a sua vontade de ajudar o próximo não se restringia apenas à escola da qual ela dirigia e dava aulas. Ela fundou o FAC - Fraterno Auxílio Cristão - de Canavieiras, entidade voltada a ajudar os mais necessitados e aos desamparados, da qual foi a primeira dirigente.

Ela nasceu em Canavieiras em 8 de março de 1918 e veio a falecer em Salvador, mas todo o seu trabalho e atitudes a favor do próximo foram feitos em sua cidade natal.



quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Receita do Saboroso Acarajé de Canavieiras

Acarajé Sendo Frito no Dendê - Um Prato Típico 
de Canavieiras



O acarajé é um dos pratos típicos mais tradicionais de Canavieiras. É durante a tarde, no quase anoitecer, que ele começa a ser vendido pela cidade por um preço muito pra lá de camarada. Não dá para comer um só de tão gostoso que ele é e, assim, entramos pelo segundo, pelo terceiro e, quem puder e tiver coragem, pelo quarto.

Este quitute é uma delícia, principalmente se for paramentado com bastante pimenta. Se a baiana lhe perguntar se quer quente, pense bem antes de responder, porque quente significa com pimenta e, bem quente, com muito mais pimenta.

Quando você for a Canavieiras, além de conhecer as maravilhadas naturais e a arquitetura das construções da cidade, não deixe de saborear o típico e delicioso acarajé de Canavieiras. Ele é feito na hora e é servido sempre muito bem quentinho. 


INGREDIENTES

- 1/2 quilo de feijão fradinho cru
- 1/2 quilo de cebola
- 3 dentes de alho
- sal a gosto
- 1/2 litro de óleo de milho
- 1/2 litro de azeite de dendê 


RECHEIO DO ACARAJÉ

- 3 xícaras de acarajé
- 150 gramas de camarão seco


MODO DE FAZER

- coloque o feijão fradinho de molho em água fria por 4 horas
- quando o feijão começar a inchar, lave-o com bastante água fria até sair a casca
- passe o feijão sem casca no processador até formar uma massa branca grossa
- bata no processador a cebola e o alho até virar uma pasta
- acrescente à massa de feijão
- passe a massa para panela ou tigela grande e
- com uma colher de pau bata bem a massa do acarajé até que ela triplique de volume (com esse processo a massa ficará bem aerada).
- a massa poderá ficar de véspera na geladeira para realçar o sabor e melhorar a consistência do bolinho de acarajé.


COMO FRITAR O ACARAJÉ

Aqueça uma frigideira funda com a mistura de azeite de dendê e óleo de milho com quantidade suficiente  para cobrir por completo os bolinhos de feijão do acarajé.
Aguarde o óleo ficar bem quente.
Frite os bolinhos usando como medida uma colher de sopa para cada acarajé.
Vire uma única vez.
Corte os acarajés ao meio e recheie com vatapá.
Coloque o camarão seco dentro do acarajé e feche.
Sirva quente.


ACOMPANHAMENTOS DO ACARAJÉ

- Muita pimenta,
- vatapá,
- caruru,
- camarão seco e
- salada de tomate verde, cebola e coentro.


Acarajé Pronto Para Ser Servido - Um Prato Típico
de Canavieiras



terça-feira, 4 de outubro de 2016

Costa do Cacau, a Região da Bahia Onde Está Localizada Canavieiras

Cacaueiro Carregado de Frutos - A Fruta Que Caracteriza
 a  Costa  do  Cacau  Onde  Canavieiras  Está  Localizada


A Costa do Cacau é uma região turística que vai de Canavieiras, a Princesinha do Sul, até Itacaré, passando por Una, Ilhéus, e Uruçuca e tendo, ainda, o Município de Santa Luzia como participante. Embora não tenha litoral, Santa Luzia, se integra com os demais em razão de sua extensa cultura cacaueira e sua exuberante Mata Atlântica, comuns a todos eles.

Toda a Costa do Cacau, no sul da Bahia, é pontilhada por belas praias paradisíacas, algumas delas, como as de Canavieiras, são formadas por grandes porções de areias monazíticas, dando aquele tom escuro às areias. Estas praias são recomendadas para a cura de diversas doenças da pele e das articulações.

Logo após às praias, indo em direção ao interior, estão as florestas da Mata Atlântica, com as suas grandes variedades de espécimes vegetais, algumas delas endêmicas da região. Tudo isso forma um conjunto de sem igual beleza que deixa os olhos inebriados pela contemplação.

Outro ponto de convergência para a Costa do Cacau são as suas cidades históricas, principalmente Canavieiras, a mais autêntica e conservada do ciclo do cacau, onde os coronéis construíam suas belas residências dentro do conceito de arquitetura típica deste ciclo.

Todas as cidades do ciclo do cacau possuem ricas igrejas, com tudo o que o dinheiro desta riqueza podia comprar, para que as mesmas fossem as mais suntuosas possíveis, com arquiteturas geralmente neogóticas, como as de São Boaventura, em Canavieiras, e a de Nossa Senhora da Piedade, em Ilhéus.

Belmonte, vizinha a Canavieiras, é uma cidade parada no tempo, uma peculiaridade sem igual, já que poucas cidades no Brasil, ficaram paradas no tempo em pleno Século XXI. Porém, nela há muitos monumentos e igrejas que merecem ser vistos. Tudo fruto de uma grande riqueza do passado de uma cidade que parou no tempo.

Em Una, o que vale ser visto, para quem tem dinheiro para se hospedar e gozar de umas ótimas férias é o Hotel Transamérica, na Ilha de Comandatuba, onde as praias são compostas de areias muito brancas e superfinas. A cidade em si, nada tem de especial para ser visto.

Em Ilhéus, a maior cidade da região e capital da Costa do Cacau, há muitas atrações para serem vistas, principalmente às ligadas ao escritor e aos livros de Jorge Amado, como o Vesúvio e o Bataclan. Devem, ainda, ser vistas as praias que ficam na rodovia que liga a cidade a Canavieiras.

Esta região da Costa do Cacau, na Bahia, fica entre a Costa do Dendê e a Costa do Descobrimento, outras duas regiões turísticas da Bahia, dignas e merecedoras de serem conhecidas e que são objetos do desejo de todos brasileiros.

Quando você for a Bahia, não deixe de conhecer a Costa do Cacau e, se você estiver na Costa do Cacau, não deixe de conhecer Canavieiras, a Princesinha do Sul com o seu Cais do Porto e todo o seu casario completamente intacto, vivo e preservado.


As Praias da Costa  do  Cacau São as Melhores da Bahia e
 a Praia da Costa,  na Ilha de Atalaia,   em Canavieiras,   é a
 Melhor da Costa do Cacau - Foto de Regis Silbar

sábado, 1 de outubro de 2016

Placa Colocada Pelo Instituto do Cacau da Bahia na Fazenda Cubículo, em Canavieiras

Placa  Colocada  Pelo Instituto do Cacau na Fazenda
 Cubículo, às Margens do Rio Pardo, em Canavieiras, 
Versada  Sobre o Primeiro  Pé de Cacau Plantado no 
Estado da Bahia - Foto deTeophilo Mourranhy



O Instituto do Cacau da Bahia, colocou, na Fazenda Cubículo, às margens do Rio Pardo, em Canavieiras, uma placa no lugar onde foi plantado o primeiro pé de cacau no do estado, pé este que deu origem a toda a prosperidade que que levou a cidade a ser uma das mais ricas da Bahia até meados da segunda metade do século passado.

Esta placa foi colocada na Fazenda Cubículo na década de trinta, sinalizando, assim, que o cacau era, naqueles tempos idos, digno de placa, por ser uma das maiores riquezas da Bahia e do Brasil, responsável, sozinho, pelo maior valor exportado pelo Estado da Bahia e o segundo do Brasil, logo depois do café.

Quando você for a Canavieiras, não deixe de visitar uma fazenda de cacau. Você se surpreenderá de como a cultura deste fruto é benéfica para a Mata Atlântica, pois ela não a destrói, pois o cacaueiro dela necessita para que os seus frutos possam ser os melhores possíveis.


quarta-feira, 28 de setembro de 2016

O Triste Fim do Cruzador Bahia: Torpedeado por um Submarino Alemão a Caminho de Buenos Aires

Cruzador Bahia em Postal Datado de Março de 
1929 - Arquivo Pessoal


Durante a Segunda Guerra Mundial o Cruzador Bahia sempre navegava próximo ao litoral brasileiro para evitar que os submarinos alemães, que já tinham torpedeado vários navios mercantes, o levasse a pique antes de cumprir as suas missões em alto-mar. Das praias de Canavieiras, ele poderia ser visto, se o tempo permitisse, navegando para o norte do Brasil.

Ele foi construído no Reino Unido por Armstrong Whitworth e foi comissionado em maio de 1910 e apenas seis meses depois o navio já estava participando da Revolta da Chibata no Rio de Janeiro, ameaçando bombardear a cidade se suas exigências não fossem cumpridas. Entre as suas exigências, a principal delas era o fim dos castigos corporais impostos aos marinheiros (chibatadas).

Um navio comissionado é um navio considerado pronto para o serviço. Antes de ser agraciado com este título, no entanto, um navio deve passar por vários marcos.

Em meados de 1920 o Cruzador Bahia foi amplamente reformado, passando a ser movido a óleo diesel ao invés de carvão e ganhou, também, mais uma chaminé, passando a ter três, ao invés das duas originais. Também, nesta reforma, o cruzador ganhou novos armamentos. 

O Cruzador Bahia cooperou, na Primeira Guerra Mundial, participando da Divisão Naval em Operações de Guerra, sediada em Serra Leoa e Senegal, escoltando navios mercantes e os que transportavam armas e mantimentos para as regiões em guerra. Este patrulhamento se dava em áreas fortemente guarnecidas por U-Boots (este termo em inglês era usado para designar quaisquer submarinos alemães na Primeira e na Segunda Guerra Mundial e em alemão era usado para designar quaisquer submarinos, não importando a nacionalidade).

Cruzador Bahia no Porto de Buenos Aires na Argentina em
Postal Datado de 09-09-1931 - Foto de Arquivo Pessoal 


Na Segunda Guerra Mundial o Cruzador Bahia participou de operações de escolta de comboios na Campanha do Atlântico, navegando mais de 100.000 milhas náuticas em quase um ano de operações. 

Quando terminou a Segunda Guerra Mundial, o Cruzador Bahia foi designado para participar como uma das estações navais - Estação Número 13 - próxima aos Penedos de São Pedro e São Paulo - que iriam monitorar os aviões que estavam deixando a Europa  rumo ao Canadá e Estados Unidos, transportando os soldados que participaram da guerra de volta aos seus lares.

No dia 4 de julho foi ordenada a realização de exercícios de tiro e, para isso, jogaram ao mar, um alvo para ser atingido pelas metralhadoras durante os exercícios, mas antes de dos exercícios começarem o navio foi atingido por explosões que o levaram a pique, estando, atualmente, repousando a mais de 1000 metros sob a superfície marinha.

Provavelmente, o Cruzador Bahia foi levado a pique por algum submarino alemão que estava se dirigindo a Buenos Aires e se sentiu ameaçado com a presença do navio brasileiro. Esta versão atualmente é a mais aceita, pois, conforme relato dos sobreviventes, os exercícios de ainda não tinham começado quando ocorreram as explosões. Como se sabe, a Argentina serviu de refúgio aos nazistas que fugiram da Alemanha após serem derrotados pelas forças aliadas e, nenhum deles chegou de navio ou avião à Argentina. Todos chegaram de submarinos e o Cruzador Bahia estava justamente nas suas rotas.

Deste naufrágio morreram 339 tripulantes, sendo quatro de nacionalidade americana. Só se salvaram 36 marujos, que foram recolhidos pelo navio mercante inglês S/S Balfe no dia 8 de julho, depois dos sobreviventes ficarem 4 dias sob o sol sem comida e sem água.

Cruzador  Bahia  na  Baia  de  Guanabara  -  Rio  de 
Janeiro - em Bilhete Postal - Foto de Arquivo Pessoal


Outra versão, de acordo com o relato de Jane Maria Perraro, filha de um sobrevivente, o Cruzador Bahia já tinha tido problemas com a caldeira logo após atravessar a Linha do Equador e, de noite ou de madrugada,  se deu o naufrágio, ocasionado por uma forte explosão em uma das caldeiras do cruzador. O pai dela, na hora da explosão, estava em serviço, pois era operador de sonar. Quase toda a totalidade da tripulação, devido ao horário, estava dormindo ou descansando, em pontos do cruzador em que não era possível o salvamento após um naufrágio que, quase com certeza durou poucos momentos.

A maior parte da tripulação não conseguiu se salvar. O pai da nossa relatante, um dos poucos que tiveram a sorte de se salvar, se jogou ao mar e conseguiu embarcar em uma das balsas do cruzador que aparentemente se soltou do navio em razão do deslocamento de ar na hora da explosão, pois como o naufrágio foi rápido, não daria tempo de soltar as amarras das balsas salva-vidas, pois de houvesse tempo, boa parte da tripulação teria sido salva.

Depois de, por volta de sete dias à deriva, o pai da nossa relatante conseguiu chegar são e salvo ao litoral de Recife, em Pernambuco.

Estes fatos foram relatados muitas vezes pelo sobrevivente à sua filha,

 inclusive no dia do seu falecimento e que agora fica, com o seu testemunho, para a posteridade.


Cruzador Bahia  em  Postal Datado de  1929 -
Arquivo Pessoa  - Colorizado por Regis Silbar 

terça-feira, 27 de setembro de 2016

A Lavra de Diamantes no Rio Salobro em Canavieiras no Século XIX

Lavra de Diamantes no Rio Salobro em Canavieiras
 no Século XIX - Foto de Arquivo Pessoal


Canavieiras, no Século XIX, vivia o auge do frenesi da garimpagem dos diamantes do Rio Salobro, afluente do Rio Pardo, bem próximo à cidade, que na época já era um grande produtor e exportador de cacau, que chegava em barcas das fazendas até o Porto Grande, próximo à foz do Rio Pardo.

Nesta época, Canavieiras borbulhava de pessoas vindas dos mais diversos rincões do país, todas procurando a riqueza fácil e imediata que só uma grande e puríssima pedra de diamante pode proporcionar ao felizardo que a encontrar.

Foi no final do Século XIX e início do Século XX que Canavieiras se viu inundada de dinheiro, proveniente da garimpagem de diamantes e da cultura do cacau, que na época alcançava grandes preços nos mercados internacionais.

E foi com este dinheiro fácil que a cidade se embelezou, dando início às construções da Prefeitura Municipal e da Cadeia Pública, bem como as primeiras residências dignas dos coronéis do cacau que, nesta época, começavam a se proliferar na região.

A Igreja de São Boaventura é uma das últimas grandes obras financiadas com o dinheiro fácil da lavra dos diamantes no Rio Salobro, sendo ela uma das mais belas construções religiosas de todo o sul da Bahia.

Há de se notar que a riqueza desta época foi canalizada tão e somente para os grandes capitalistas da cidade, ficando, os garimpeiros, que trabalhavam sem parar sob o sol quente e rodeado de insetos atormentadores, com a menor parte do lucro auferido e, em alguns casos, sem nada.

Os garimpeiros trabalhavam diretamente nas águas do Rio Salobro, recolhendo o cascalho com as suas bateias para, depois, verificarem se alguma pedra de valor ficou ali, aguardando ser recolhida para fazer a sua felicidade.

Muitas pedras de alto valor foram encontradas. Fortunas foram feitas e muito sangue correu pelas águas do rio. A cidade cresceu rapidamente. O progresso chegou junto com a confusão causada pelos desordeiros comuns em todo garimpo. Finalmente as pedras acabaram e o garimpo chegou ao fim.     

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A Ponte da Bahiana da Companhia de Navegação Bahiana em Canavieiras

Ponte da Bahiana - Porto Grande - Rio Pardo
 - Canavieiras-BA - Agosto de 1990 - Foto de
 Regis Silbar 


A Ponte da Bahiana de Canavieiras, a Princesinha do Sul, na Costa do Cacau, no sul do Estado da Bahia, ficava no Porto Grande, no Rio Pardo e era destinada ao recebimento dos navios da Companhia Bahiana de Navegação, na época, uma das maiores empresas do ramo no Brasil.

A Ponte da Bahiana, realmente, não era bem uma ponte, mas um trapiche, mas era costume, naquela época, na Bahia, designarem os trapiches de ponte. Mas isto não vem ao caso, o que importa mesmo é que esta ponte/trapiche serviu à cidade de Canavieiras durante um longo período de sua história.


Paquete Cachoeira na Antiga Ponte da Bahiana
 no Porto Grande - Rio Pardo  -  Ano de 1965  - 
Foto de Arquivo 


A Ponte da Bahiana foi demolida quando da revitalização do Centro Histórico da cidade. É uma pena, pois a referida ponte/trapiche também fazia parte da história da cidade, pois ficou a receber navios para o embarque do cacau, durante muito tempo, fazendo a economia da cidade florescer com a exportação do produto.

Hoje, no Rio Pardo, só sobrou a Ponte do Lloyd, que é uma das Sete Maravilhas de Canavieiras e também servia para o embarque do cacau, a grande riqueza da cidade, e também de outras demais mercadorias além de passageiros, pois naquela época quase não existiam estradas ligando Canavieiras a outros lugares.  


Ponte da Bahiana, Provavelmente em 1999/2000
 - Canavieiras-BA 

terça-feira, 20 de setembro de 2016

As Antigas Cores das Fachadas da Prefeitura Municipal de Canavieiras Através dos Tempos


Prefeitura Municipal de Canavieiras - Foto de 
Arquivo Pessoal


A Prefeitura Municipal de Canavieiras inaugurada no final do Século XIX é uma das joias da arquitetura do cacau e uma das Sete Maravilhas de Canavieiras, ela foi fruto da riqueza que havia em abundância proveniente dos diamantes do Rio Salobro e da cultura do cacau às margens do Rio Pardo.

Ela, quando foi inaugurada, imperava em uma larga e comprida praça onde o capim-cipó se derramava sobre as areias finas e brancas como se fosse um tapete verde sobre pequeninas e bem minúsculas pérolas que o tempo deixou ali para ficar.

Prefeitura Municipal de Canavieiras


Não sei a cor original da Prefeitura Municipal de Canavieiras, mas ela poderia ser verificada pesquisando as camadas de tintas sobrepostas. A primeira camada seria a da cor original que, de certo modo, deveria ser restabelecida para que o projeto voltasse à sua originalidade.

Durante todos estes anos, desde a sua inauguração, a Prefeitura Municipal de Canavieiras já teve as suas fachadas com as mais diferentes tonalidades, algumas de bom gosto outras não, mas ela sempre foi muito bem bem tratada por todas as administrações que passaram pela cidade.


Prefeitura Municipal de Canavieiras


Quando nos referimos às fachadas, ao invés de fachada, estamos nos referindo aos quatro lados do maravilhoso prédio da Prefeitura Municipal de Canavieiras, já que ele foi construído em centro de terreno, pois além da fachada frontal, ele tem a fachada traseira e as fachadas laterais.

Na primeira foto, em preto e branco, a cor da fachada era constituída por um grená escuro nas partes centrais e da cor branca servindo como moldura. Não sabemos se esta era a sua cor original, mas o contraste destas cores davam uma beleza sem igual ao monumento.

Prefeitura Municipal de Canavieiras


Com o passar dos anos a Prefeitura Municipal de Canavieiras foi sendo pintada com outras cores, sendo, sempre, no máximo duas, uma nas partes centrais e a outra servindo como moldura, nas colunas e no entorno das janelas e nas partes mais salientes da fachada do prédio.

No alto do prédio, toda colorida, as Armas da República dão um toque todo especial ao monumento mais emblemático de Canavieiras, comunicando a todos que a cidade esta situada na República Federativa do Brasil que, embora corrupta, é a nossa pátria.   
Prefeitura Municipal de Canavieiras - Foto de 
Regis Silbar


Atualmente, a Prefeitura Municipal de Canavieiras, está pintada em três cores, verde, grená e branca, tentando representar a bandeira da cidade. No entanto a pintura do prédio da prefeitura tem tonalidades diferentes, pois o verde não é o mesmo da bandeira e nem o grená, pois na bandeira esta cor não existe, mas sim o vermelho.

Mas, no entanto, esta mistura de cores também realça a beleza da Prefeitura Municipal de Canavieiras, que está situada no coração do Sítio Histórico e é uma beleza aos olhos de que a vê. Você, turista, não deixe de conhecer este magnífico prédio quando for a Canavieiras. 

Prefeitura Municipal de Canavieiras







quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Vale Postal Emitido Pelos Correios de Canavieiras em 1918

Vale  Postal  Emitido em  4 de Setembro  de 1918  
Pelos Correios de Canavieiras no Valor de Três Mil
 e Quinhentos Reis 


Há muitos e muitos anos atrás o meio mais conveniente e rápido de se encaminhar dinheiro de uma praça para outra era o Vale Postal, que eram emitidos pelas agências dos correios, e tinham um grau de segurança sem contestação.

A agência dos correios de Canavieiras também emitia estes vales postais e uma prova viva e rara destes tempos é o Vale Postal emitido a favor da Livraria Cantilina, em Salvador, em 4 de setembro de 1918, a pedido do professor Durval Cândido Lima.

Vale Postal Recebido em 10 de Setembro de 1918
  Pela Livraria Catilina, em Salvador, no Valo de Três
 Mil e Quinhentos Reis 

A Livraria Catilina ficava em Salvador e foi fundada em 1835 e funcionou ininterruptamente até 1960 e publicou obras de Ruy Barbosa, Castro Alves e Carneiro Ribeiro, portanto, além de livraria foi uma editora de grandes escritores e poetas nacionais.

Hoje em dia quase ninguém mais usa o correio para transferir dinheiro de uma praça para outra, já que os bancos, com agências em quase todas as cidades do país, fazem este serviço com muito mais rapidez, inclusive com crédito imediato em conta corrente.



Fotografia Publicada na Revista Fon-Fon
 de Julho de 1920 - Ano XIV - nº 27



domingo, 11 de setembro de 2016

Antes e Depois - O Prédio da Previdência Social em Canavieiras

Prédio da Previdência Social em Canavieiras na 
Tradicional  Rua  do  Mangue  -  Atual  Rua  Rui 
Barbosa - Foto de Regis Silbar


No Largo de São Boaventura, continuação da tradicional Rua do Mangue, hoje denominada Rui Barbosa, em Canavieiras, há um prédio onde atualmente funciona a Previdência Social do INSS, contribuindo para a qualidade de vida da cidade, evitando que os beneficiários do instituto se desloquem para outras cidades em busca de atendimento.

Este prédio já existe há muitas décadas, fazendo parte da paisagem da Rua do Mangue desde a primeira metade do Século XX, quando ainda Canavieiras só tinha uma única rua pavimentada: a Rua dos Artistas ou Rua Treze, como também ainda é chamada.

Ele ficou muito tempo em ruínas, servindo de anteparo para pichações de políticos que não se incomodavam em sujar a cidade, tornando-a mais feia para tentar alcançar os seus objetivos eleitorais. Triste tempo em que a "certeza do progresso" era medido pelo número de pichações (leia na foto abaixo o lema do falecido político autor da pichação).

Hoje em dia, o prédio, já recuperado, desempenha uma nobre função, servindo como posto da previdência social em nossa cidade. Tudo muito bonito, mas com uma observação a fazer: onde está a bandeira da cidade, que deveria estar ao lado da bandeira nacional?

Antes  Abandonado  e  em  Ruínas  -  Prédio Onde 
Hoje Funciona a Previdência Social em Canavieiras
 - Veja as Pichações Eleitorais

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Os Jumentos e a Cultura do Cacau em Canavieiras e no Sul da Bahia

Tropa de Jumentos com Carregamento de Cacau 
para Ser Embarcado em Barcaças em Direção ao
 Porto para Exportação


Do final do século XIX até quase o final do século XX, quando a cultura do cacau representava quase a totalidade da economia da Costa do Cacau, não existia estradas e o único caminho para o cacau deixar as fazendas era através dos rios da região que, por sinal, são muitos e caudalosos, permitindo, assim, que grandes barcaças navegassem facilmente em suas águas.

Mas, para o cacau ser transportado até a beira dos rios, onde as barcaças ficavam ancoradas, o único meio de transporte que havia eram os jumentos e, por isso, eles eram criados em grande quantidade para esta finalidade.

Esses animais eram muito úteis, pois além de carregar grandes quantidades de sementes sem reclamar, eles também podiam, com facilidade, transitar entre os pés de cacau, o que era impossível, naquele tempo, para outros meios de transporte.

Era muito comum que tropilhas de jumentos se locomovessem em grandes distâncias, carregando as sementes de cacau de fazendas até a beira dos rios para serem embarcadas e transportadas para os portos da região, que estavam localizados em Ilhéus, Una, Canavieiras e Belmonte.

Em Canavieiras, o porto estava localizado no Rio Pardo e era chamado de Porto Grande, como ainda o é nos dias de hoje. Este porto recebia navios pequenos e médios, já que o Rio Pardo permitia, por sua profundidade, a navegação destes navios.

Como o atracadouro das canoas e barcaças ficava também no Porto Grande, tudo se resolvia ali mesmo com facilidade, porque as casas especializadas na negociação das sementes também se localizavam próximas ao porto. Logo depois as sacas com das sementes eram guardadas em armazéns para serem embarcadas nos navios em direção aos centros consumidores.